A chuva caía como jabuticaba madura em fim de safra! Era sábado à noite. Fazer o que? Comer pizza, é claro!, já que o tempinho frio não chamava nenhuma bebida gelada.
Pizzaria. Mesa grande. À cabeceira, um rapaz escondido atrás do cardápio, escolhia a primeira rodada. Ao lado dele, um outro rodava o cinzeiro, numa clara reação de ansiedade à espera da sua vez para escolher. Do outro lado da mesa, a mãe procurava alguma coisa na bolsa e expunha todo o kit-maquiagem na mesa do restaurante.
Antes que a primeira rodada de pizza chegasse, um rapaz bem-vestido, de aproximadamente 1,80m de altura, cabelos nos ombros, usando uma jaqueta jeans surrada, calças idem e tênis sem pedigree, chegou ao restaurante e foi em direção ao rapaz que estava sentado à cabeceira da mesa.
O rapaz que chegou: - Boa noite! Senhor, eu tenho 70 reais – tirou do bolso uma nota de 50 e duas de 10 – e preciso de mais trinta para comprar uma passagem para eu ir embora prá casa. O senhor pode me ajudar?
O rapaz da cabeceira: - Olha, não costumo andar com dinheiro, mas tenho algumas moedas aqui que podem te ajudar.
O rapaz abriu o zíper da pochete, encheu a mão de moedas e deu ao rapaz que, antes mesmo de contar, virou-se para o outro rapaz, o que mexia com o cinzeiro, e perguntou:
- E o senhor, não tem nada prá me dar?
Ninguém mais se manifestou.
- A senhora? Perguntou o rapaz, olhando para a mãe, que ainda estava com a bolsa aberta, guardando a tranqueira que havia retirado da bolsa.
Ela apenas deu de ombros. E o rapaz, em pé, de frente à mesa, jogou as moedas nos pratos e disse que aquilo não servia nem para esmola. Virou as costas e saiu. Antes, porém, ao passar pela minha mesa, chamei o rapaz e disse a ele:
- Rapaz, vou te fazer uma pergunta. Se me responder de uma vez e rápido eu lhe dou os 30 reais que lhe faltam!
O rapaz olhou prá mim com uma cara desconfiada e assentiu com a cabeça.
- Em que cidade você mora? Perguntei.
O rapaz abriu a boca. Fechou. Fez cara feia. Falou algo que não entendi e saiu como um foguete pela chuva.
Final das contas: se o cara tivesse me pedido dinheiro para tomar uma cerveja, teria ganhado!
Pizzaria. Mesa grande. À cabeceira, um rapaz escondido atrás do cardápio, escolhia a primeira rodada. Ao lado dele, um outro rodava o cinzeiro, numa clara reação de ansiedade à espera da sua vez para escolher. Do outro lado da mesa, a mãe procurava alguma coisa na bolsa e expunha todo o kit-maquiagem na mesa do restaurante.
Antes que a primeira rodada de pizza chegasse, um rapaz bem-vestido, de aproximadamente 1,80m de altura, cabelos nos ombros, usando uma jaqueta jeans surrada, calças idem e tênis sem pedigree, chegou ao restaurante e foi em direção ao rapaz que estava sentado à cabeceira da mesa.
O rapaz que chegou: - Boa noite! Senhor, eu tenho 70 reais – tirou do bolso uma nota de 50 e duas de 10 – e preciso de mais trinta para comprar uma passagem para eu ir embora prá casa. O senhor pode me ajudar?
O rapaz da cabeceira: - Olha, não costumo andar com dinheiro, mas tenho algumas moedas aqui que podem te ajudar.
O rapaz abriu o zíper da pochete, encheu a mão de moedas e deu ao rapaz que, antes mesmo de contar, virou-se para o outro rapaz, o que mexia com o cinzeiro, e perguntou:
- E o senhor, não tem nada prá me dar?
Ninguém mais se manifestou.
- A senhora? Perguntou o rapaz, olhando para a mãe, que ainda estava com a bolsa aberta, guardando a tranqueira que havia retirado da bolsa.
Ela apenas deu de ombros. E o rapaz, em pé, de frente à mesa, jogou as moedas nos pratos e disse que aquilo não servia nem para esmola. Virou as costas e saiu. Antes, porém, ao passar pela minha mesa, chamei o rapaz e disse a ele:
- Rapaz, vou te fazer uma pergunta. Se me responder de uma vez e rápido eu lhe dou os 30 reais que lhe faltam!
O rapaz olhou prá mim com uma cara desconfiada e assentiu com a cabeça.
- Em que cidade você mora? Perguntei.
O rapaz abriu a boca. Fechou. Fez cara feia. Falou algo que não entendi e saiu como um foguete pela chuva.
Final das contas: se o cara tivesse me pedido dinheiro para tomar uma cerveja, teria ganhado!
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