sábado, 18 de maio de 2013

Salve Jorge e seus furos gloriosos: uma avaliação fria do fim de alguns personagens


A novela acabou (graças a São Jorge Guerreiro), mas uma nuvem ainda paira sobre minha cabeça: a situação de alguns personagens que, como vários da trama mal escrita de Glória Perez, ficou sem desfecho. Um fim com furo glorioso, se me permitem o trocadilho! A eles:

Fatma
Desde que Mustafá saiu da TV Pirata, Fatma estava ali do lado dele e de Berna (ou seria Gina?), ouvindo todos os segredos cabeludos daquela casa. Nos últimos capítulos, sua participação resumiu-se em preparar chás para Mustafá não beber. Era só ele chegar em casa – pensem!, – pedia um chá. Enquanto a pobre mucama caminhava até a cozinha pra preparar o bendito, padrão Musta já tinha cascado fora. “Onde está Mustafá Bei”, foi uma das frases mais ditas por Fatma que, se tiver tomado a metade dos chás que ofereceu para o vendedor turco quando ele a deixava na chapada, deve ter virado membro do Santo Dayme e sumido para a Amazônia, já que até a aparência indígena lhe era peculiar. Foi viver com os índios Wayampi, no norte do Amapá, e fazer shampoo de mutamba porque vale lembrar: não existe índio careca.

Adam
Marido de Fatma, (e isso só foi dito, mesmo, quando já tínhamos visto a luz no fim túnel, que era a novela) foi acometido por um surto psicótico depois que viu um bebê no meio de tanta prostituta. Deve ter imaginado que VOUTEVINGARJÉSSHYKA seria a próxima a dar o show no palco. Em um de seus sumiços, foi tomado por uma força extraterrestre que se hospedou no corpo dele. Tal e qual abdução, sumiu!

Zoe
Essa moça turca, amiga da Aisha, é uma das moças turcas mais inteligentes de que já tive notícia. Morava em Istambul e falava português melhor do que 90% da população brasileira. Seu papel, que se resumia em buscar Aisha na praia durante as crises de frescura, deve ter também se findado na praia. Aisha subiu, desceu e subiu de novo o morro. E a amiga? Ã? A família de Mustafá abandonou a amiga da filha postiça onde? Cri cri cri...

Irina
Depois de ter a vida devassada por conta de passar 99,9% dos capítulos fazendo contas sentadas... Depois de especularem que ela estava com problemas no fêmur e que não podia andar pela idade... Depois de confundirem-na com Charles Xavier, dizendo que, como mutante, ela tinha conseguido outro emprego, se fez de coitadinha. “Eu só fazia a contabilidade!” e teve que se levantar e quase saiu correndo. É a maior prova de que a necessidade faz o sapo pular...

Miro (André Gonçalves)
Nem tivemos tempo de decorar o nome do personagem. Veio e foi como uma onda no mar, plagiando Lulu Santos. Fim sem sentido também.

Nilceia
A irmã da Lucimar (também conhecida como Solineusa ou Pôia) fez unha, merchan da Natura, subiu e desceu o morro e... deve ter ficado perdida num daqueles becos e não chegou a tempo de gravar o final escrito pra ela. Dizem que até agora tem contrarregra procurando ela no Morro do Alemão. Parece-me que seu destino glorioso (me perdoem o trocadilho outra vez!) era um salão de beleza no povoado de Zyah, na Capadócia. Também só especulação.



Jéssica (a outra que morreu)
Ghost! Depois da última mesa branca, que na verdade foi num barranco na praia, nunca mais apareceu para agradecer Morena pela vingança prometida e feita. Deve ter baixado em outra freguesia.


Tamar
A mulher do neto do Silvio Santos também estava na trama com um zero à esquerda, assim como Juniô! Pariu um filho, que serviu apenas para massacrar a irmã de inveja, e... e só!

Junior
Além de gritar “Vó, a Adriana”, “Eu quero brigadeiro” e “Cadê minha mãe” com toda aquela emoção (eu sempre achei que ele era parente da Vick e que de noite dormia, mesmo, numa caixa) serviu de empata foda, a parte mais atuante do personagem. Fora isso... Nadica de nada.

Vó Farid
Milagrosamente se curou do Alzheimer. Deve ter transferido a doença para a autora. Já ouvi dizer que essas coisas acontecem mais do que se imagina.

Sarila
Depois de descobrir o paradeiro de VOUTEVINGARJÉSSIKHA por causa de uma pétala de flor que estava na roupa do neto quando foi sequestrado pelos capangas de Lívia e blá blá blá... foi chamada para fazer o CSI Capadócia!

Ekran
Acho que caiu no poço e ninguém salvou!

Esma
Juro que não pensei num fim pra ela.

Kemal
Juro que não pensei num fim pra ele.


Ricardo
O policial federal narigudíssimo da silva xavier, como entrou sumiu! Começou um flerte com a Cissa Guimarães e mijou na espoleta. Como assim, né? Era claro que era pra ser. Mas como dizia a Érica: “Não era pra ser!"


Drago
O filho da Cristiane Torloni, que tem cara de qualquer coisa, menos de gente, foi cúmplice do outro montador de cavalo e saiu sem um arranhão da história. Também saiu pela porta dos fundos do quartel. Ninguém viu.

Pescoço
Deveria ter tido um fim mais glorioso (se me perdoem mais uma vez o uso do trocadilho). Nem os telefonemas do celular dela para Lívia (feitos por Wanda numa outra encarnação e muito mal amarrado pela autora) ficaram claros. Continuou ali, deitado no sofá e sofrendo de um torcicolo chamado Aisha.

Diva
Se fazia de esperta, mas a sonsa nunca descobriu que o binóculo do marido, seu Clóvis (outro zero à esquerda), era pra ver a piriguetaiada do morro.

Sidney
“Quem, mesmo?”, você deve ter se perguntado. O Filho do Mussum, neto da dona Diva e do Clóvis que nunca teve pai, nem mãe! Que fim levou? Eu imaginava um final glorioso (abusando do trocadilho) com uma rádio comunitária no morro ou um site bombado em toda a América Latina, com extensão na Turquia, dada a facilidade da ponte-aérea... Imagine a internet.

Beto
E o Beto? Beto... Beto... Beto... Ah, o progenitor do Júnior. Só passou na trama pra ser pai do boneco e ensinar Morena atirar! Pronto.

Yolanda
Criada para causar a discórdia, deram notícia dela num dos capítulos do mês passado. Disseram que estava casada com um argentino. Coisas de Glória Perez com preguiça de ir até o país vizinho gravar uma ceninha dela com o marido, já que o orçamento tinha estourado com tantas pontes-aéreas Rio-Turquia como se fossem Salvador-Santo Amaro da Purificação.

Caíque
Ficou metade da novela emprestado para o SBT, onde gravou participação no remake de Carrossel. Apareceu de novo para tirar as roupas da mulher do Tande do armário e levar pra casa dela. Pronto. Sumiu de novo. Era namorado da Lurdinha e o relacionamento também não teve fim...

Salete
A empregada de dona Leonor (que ganhou na justiça o direito de ser reconhecida como empregada pela CLT) tinha feito a vida inteirinha pra passar ao lado do turco Murat, que conheceu quando foi arrastada para ser capacho – ou melhor, tapete persa – na Turquia, voltou pra cozinha e de lá não saiu mais. Eu acho.

Murat
Sem destino final. Com participação irrisória, me esqueci de pensar no fim dele. Deve tá lá onde estava. Onde era mesmo?

Tartan
O velho marido de Cyla que repetia tudo como disco de vinil furado em radiola velha é um caso à parte. Era um personagem interessante. Mas como todos os personagens interessantes da novela, ficou renegado à repetir as últimas palavras na cozinha do restaurante. Eu acho.

Buquê
Esse era o nome da personagem de Narjara Tureta. Sabiam? Bem, voltou para o Rio de Janeiro, devido á grande facilidade de ponte-aérea, e deu um up grade na barraca de cocos que tem em Copacabana. Agora com um plus: Coco com rack!

Russo
Depois de ser estapeado pelas garotas, foi esquecido algemado na cama. Parecem derrubaram a boate cenográfica em cima dele. Também, né, um personagem tão escondido na trama... Nem merecia fim maior. Caiu no esquecimento mesmo.

Foi isso. Um fim nada glorioso, se me permitem, mais uma vez, o trocadilho, para os personagens. Fiquei sabendo que Glória Perez recebeu mais uma chance. Depois de ser chamada ao Departamento Pessoal da Rede Globo, assim que o último capítulo foi ao ar, acabaram revendo a condição dela, o tempo de casa e tals, e encaminharam-na para o elenco de apoio de Zorra Total. É isso... Que venha Amor à Vida.














sexta-feira, 17 de maio de 2013

Último capítulo: A culpa é do mordomo


Assim: Solineusa e a filha e o neto invadem uma casa no Morro do Alemão, logo após a pacificação. O pai do neto some como quase todos os outros personagens criados por Glória Perez. Tempos depois, descobre-se que a casa era da prima, da vizinha, da tia, da cunha, da mulher, do tio, da irmã da outra tia de Tompson. Ela morre. deixa a casa pra ele. Ele vende, mas Solineusa que faz faxina na casa da Véia milionária com cachorra de colar que some e volta empalhada, que é a invasora num tem grana. A filha vai pra Turquia pra ganhar grana e pagar a casa pro Tmpson. Vai com promessa de ganhar um dinheirão. Pretende comprar o morro inteiro com U$ 1.500 por mês. É enganada. Passa o diabo! Vira prostituta. Escrava. Volta. Caladinha da Silva Xavier e com 723548492094 kg de cocaína no bucho. Volta pá Turquia. Sobrevive a um atentado que mata até sheik. Volta. Solineusa se encanta com com o algoz da filha (pq aquilo é morte!). Nesse ínterim, por culpa da aprovação da Lei das Domésticas, Solineusa passa a ser diarista da Véia rica e só vê o mordomo um dia por semana e olhe lá. 83264654923 capítulos vagos depois, Donelô, que foi pá puliça federal só pra isso, pq a novela segue um trâmite certinho, e acaba com todo mundo que fazia o diabo na vida da filha da Solineusa que foi pá Turquia ganhar dinheiro pá pagar a casa do mordomo. Donelô acaba cá turma toda. Tompson vira cozinheiro de Solineusa (e eu achei que ele não gostasse da fruta!) e vai casar com ela, no entendimento da Glória, que não é a Carla, nem a Pires, e sim, a Perez (que também já foi chamada ao Departamento pessoal da Globo e encaminhada para o elenco de apoio de Zorra Total). Casô! A casa agora é de quem? De quem? Da Solineusa e da filha dela e do neto mudo e cheio de emoçãosóquenão! Volta lá em cima e vê se a culpa de tudo isso num é do mordomo... Que falta de criatividade, hein, Glória? Precisava de oito meses pra contar isso? Ah, e tinha um cara! FIM.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

A gentileza e o emprego do coveiro


Nada tem a ver as boas maneiras de etiqueta com a educação de berço que recebemos desde quando a vida começa. Saber segurar os talheres corretamente ou aerar um vinho, conforme a temperatura, e ver as lágrimas escorrer pelas bordas de um legítimo Baccarat são valores de sofisticação desconhecidos para muitos. Educação, mesmo, é lançar mãos de atitudes quotidianas em favor da civilidade, da pacificação, de uma harmonia coletiva e da generosidade. Pensar no bem-estar do ser humano também é educado!

Oferecer o lugar na fila do caixa do supermercado a alguém que vai pagar apenas um litro de leite é gentileza. Já ajudou alguém a atravessar a rua? Isso também é gentileza. E no trânsito, onde pode ser feito um dos maiores exercícios de gentileza? E paciência, que também faz parte. Sorrir para alguém na rua é gentileza. Conversar com o garçom, olhando-o nos olhos, também. Responder ao ‘bom dia’ da mocinha que distribui panfletos no sinal é gentileza. Ser gentil é tratar o ser humano da mesma forma como gostaríamos de ser tratados, por um mundo melhor!

Hoje, uma daquelas sextas-feiras que deveriam ter, pelo menos, 48 horas, parei num dos shoppings para um almoço rápido. Depois de pegar o prato, procurei quase que o andar inteiro da área de alimentação por uma mesa vazia. Enfim, duas senhoras e uma moça se levantaram das cadeiras e desocuparam uma. Cheguei a tempo de ouvir uma delas dizer: “Deixa isso aí” – se referindo às três bandejas, pratos, talheres, copos e latas de refrigerante – “se não a moça que faz o serviço pode ser demitida por falta de ter o que fazer”.  Além de falar bobagem, ensina coisa errada. Gente assim deve achar que precisa morrer para garantir o emprego do coveiro.