quinta-feira, 30 de abril de 2015

Treinamento funcional – uma semana depois


Depois de dez dias passados do meu primeiro treino funcional, o sol voltou a brilhar novamente. Um pouco ofuscado, é certo, mas há luz. Nesses dez dias, conheci mais meu corpo e aprendi que os músculos gritam sempre que são estimulados. Gritam tanto que parecem estar dilacerados. Consequência: dor! E são aqueles mesmos músculos com quem você conversava a vida inteira e não sabia que havia variantes deles que podem – e vão! – doer muito mais.

O treino funcional parece inocente, mas não é. Treino funcional é cruel! É como se seu corpo fosse acordado de um sono profundo e jogado na capoeira com três leões famintos correndo atrás de você. Músculos, mente e respiração parecem chegar ao limite. E chegam! Há dias em que o estômago revira por horas devido à quantidade de ácido lático circulando pelo corpo, depois das fissuras musculares.

Na segunda semana, comecei a compreender que, sim, definitivamente, eu odeio qualquer tipo de exercício físico que fuja do trivial garfo-faca-copo em levantamento. Com ou sem aparelho, exercício é algo que massacra. Mas como não sou mais adolescente e a vida fica cada dia mais cheia de nove horas por conta da tecnologia, exercício físico continua sendo fundamental para manter a saúde da mente e do corpo (depois que o corpo se curar dos exercícios). Nessa segunda semana, também percebi que, apesar do sofrimento, o tempo é o melhor amigo – e também pode ser o pior inimigo. Amigo porque só com ele as dores passam. Inimigo porque se ele passar do ponto as dores voltam pra matar.

Então, já que é preciso movimentar para que os músculos e a saúde não atrofiem, vamos aos exercícios funcionais. Dizem que um dia – o engraçado é que ninguém especifica quando. E conheço gente que já está lá faz anos e ainda sentem – as dores passam. Enquanto isso não acontece, sigo com medo, pavor e receio da sala de torturas medievais. Mas é necessário.


Ah!, essa semana, Matador, meu instrutor, disse que vai me fazer gostar de exercício. Me contorci de rir, claro! Foi a série de abdominal do dia! Mas pensa comigo: tem que fazer, vamos fazer aquilo que menos nos maltrata. Ontem corri amarrado. Sim! Você corre com um elástico amarrado à sua cintura. Corre mas não sai do lugar. As panturrilhas amanheceram hoje como se fossem prato português: batatas ao murro. Desde que levantei, estou andando como pato manco com espinho no pé! Quando a vida sorrir pra mim de novo, volto e conto. Sigamos, pois. Adieu!

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A segunda aula de “Treino Funcional” – A redenção / Fênix


Hoje tive a segunda aula de treino funcional. O instrutor – que agora chamo de Matador, por razões óbvias! – me recebeu com uma cara meio estranha, achando que eu não fosse aparecer mais. Disse a ele que estava apenas esperando a ressurreição, já que pessoas mortas ou semimortas não se locomovem. Acho que ele não me levou a sério! Mas achou engraçado quando comparei o local das aulas do treino com uma câmara de tortura medieval. Disse até que ia contar para as pessoas e seres humanos.

Bem, tenho duas notícias. A primeira: sobrevivi! A segunda: sinto que o meu fim de semana está comprometido por conta das novas apresentações. É que hoje fiquei conhecendo um outro grupo de músculos que nunca, em tempo algum, alguém havia me falado sobre eles. E quer saber? Estão todos agitados, já que hoje Matador não deu trégua e me botou pra fazer exercícios “like tomorrow doesn’t exist”. Mas haverá! Nota: Matador já começou a usar uns pesos. Eu sabia que a coisa não seria simples assim...

A cama elástica, coisa que a gente vê como brincadeira de criança tem o poder de me enfrentar descaradamente. Ela olha pra mim e sei que ela está pensando: “Vem cá. Pula um pouquinho aqui. Dez minutinhos, só. Faço nada não!”. E quando você sai de cima daquilo, suas pernas encontram um chão que não se move e as pisadas têm o mesmo peso de quem pisa em Júpiter.

Durante o meu treino funcional, vi um rapaz (coitado!) subindo do chão, usando apenas os braços e puxando uma corda de navio amarrada ao teto e com os pés fixos em pneu de trator (?). O que era aquilo?! A pessoa vai precisar de ajuda para colocar o cinto de segurança do carro ou para comer, beber, dirigir e fazer qualquer tipo de movimento com os braços e as mãos. Tá louco!

Bem, apesar da tremedeira nos braços e nas pernas, com a apresentação dos novos músculos – que, dizem, serão meus amigos de agora em diante – o estômago já voltou ao normal. Meu sangue saiu da fase “Fábrica de queijos Gouda” para “Laticínios Piracanjuba”. Acho que agora vai. Se não for, fica. Sem promessas. Sem expectativas. Vamos acompanhar cada passo! Obrigado pela força, porque essa... já não a tenho mais.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Treino funcional

Sobre o treino funcional que fiz na segunda-feira, o primeiro da minha vida, alguns pontos notados e preciso revelar que:

1 – O local parece ser insalubre como qualquer outro campo de concentração.
2 – Os instrutores são tão cruéis quanto os soldados nazistas.
3 – Você não pega peso, mas o seu peso te faz entender o quanto suas pernas são fortes para te sustentar.
4 – Relaxante muscular e anti-inflamatório são gêneros de primeira necessidade da farmacinha de casa.
5 – As 10 horas seguintes ao treino são de extrema fraqueza, sensação idem à da que precede a morte, acredito!
6 – As 24 horas seguintes ao treino são de dores descritas como: apanhar de ripa, um caminhão passar por cima e dar ré, um elefante dançar cara-caramba-cara-caraô em cima do corpo, ser jogado de cima do Empire State Building sem qualquer amortecimento... e por aí vai! Você pensa que vai morrer.
7 – Nas 48 horas seguintes ao treino você tem a certeza de que respirar, piscar e engolir são tarefas que podem matar. A vida passa diante dos seus olhos quando se executa qualquer uma dessas atividades.
8 – Não se pensa em outra coisa que não uma cama e uma bolsa quente.
9 – Me fez repensar o sentido da vida e de qualquer exercício que não seja o de levar o garfo e o copo à boca...
10 – Tô pensando sério em rever os princípios que traduzem o bem viver e o sobreviver.