Depois de dez dias passados do meu
primeiro treino funcional, o sol voltou a brilhar novamente. Um pouco ofuscado,
é certo, mas há luz. Nesses dez dias, conheci mais meu corpo e aprendi que os
músculos gritam sempre que são estimulados. Gritam tanto que parecem estar
dilacerados. Consequência: dor! E são aqueles mesmos músculos com quem você
conversava a vida inteira e não sabia que havia variantes deles que podem – e vão!
– doer muito mais.
O treino funcional parece inocente,
mas não é. Treino funcional é cruel! É como se seu corpo fosse acordado de um
sono profundo e jogado na capoeira com três leões famintos correndo atrás de
você. Músculos, mente e respiração parecem chegar ao limite. E chegam! Há dias
em que o estômago revira por horas devido à quantidade de ácido lático
circulando pelo corpo, depois das fissuras musculares.
Na segunda semana, comecei a
compreender que, sim, definitivamente, eu odeio qualquer tipo de exercício
físico que fuja do trivial garfo-faca-copo em levantamento. Com ou sem
aparelho, exercício é algo que massacra. Mas como não sou mais adolescente e a
vida fica cada dia mais cheia de nove horas por conta da tecnologia, exercício
físico continua sendo fundamental para manter a saúde da mente e do corpo
(depois que o corpo se curar dos exercícios). Nessa segunda semana, também
percebi que, apesar do sofrimento, o tempo é o melhor amigo – e também pode ser
o pior inimigo. Amigo porque só com ele as dores passam. Inimigo porque se ele
passar do ponto as dores voltam pra matar.
Então, já que é preciso movimentar
para que os músculos e a saúde não atrofiem, vamos aos exercícios funcionais.
Dizem que um dia – o engraçado é que ninguém especifica quando. E conheço gente
que já está lá faz anos e ainda sentem – as dores passam. Enquanto isso não acontece,
sigo com medo, pavor e receio da sala de torturas medievais. Mas é necessário.
Ah!, essa semana, Matador, meu instrutor,
disse que vai me fazer gostar de exercício. Me contorci de rir, claro! Foi a
série de abdominal do dia! Mas pensa comigo: tem que fazer, vamos fazer aquilo
que menos nos maltrata. Ontem corri amarrado. Sim! Você corre com um elástico
amarrado à sua cintura. Corre mas não sai do lugar. As panturrilhas amanheceram
hoje como se fossem prato português: batatas ao murro. Desde que levantei,
estou andando como pato manco com espinho no pé! Quando a vida sorrir pra mim
de novo, volto e conto. Sigamos, pois. Adieu!
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