quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Aquarela


Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Utilidade pública

Era azul! Mas já estava desgastado pela luz do sol que invadia a sala do apartamento 1022 e judiava daquele coitado, que agora foi deixado à rejeição. O Sofá Camarim fora comprado dez ou onze anos atrás. O valor dele teve que ser dividido em 10 prestações para que os donos da casa pudessem levá-lo para o lugar de destaque, na sala. Ali no lado sul do cômodo ele ficava parado, sendo agredido pela claridade matutina e esperando para receber um corpo cansado. Fora assim durante mais de uma década. Agora está ali, jogado no canto da calçada, esperando que o lixeiro o leve ou que alguém com um pouco de alma o carregue.



Bastou o último raio de sol se esconder. Uma carrocinha com tração 'animal-humana' encostou perto do sofá. Uma senhora franzina, com a pele enrugada e seca, de mais ou menos 70 anos, estudava o tamanho e a largura do meio de transporte. Ela estava decidida: iria levar o sofá. Depois de muito medir e calcular, quase que desistindo da empreitada, um senhor dobrou a esquina. Imediatamente a mulher pediu auxílio. Os dois pareciam ter uma força descomunal. Em menos de três minutos abraçaram o sofá e o colocaram na carroça.


A puxadora se esforçou para dar o primeiro arranco. Mas a vontade de chegar em casa logo e colocar o móvel no lugar certo a motivava cada vez mais. Assim ela se foi. Puxou a carroça com o sofá em cima por mais de cinco quilômetros. Ao chegar, um barraco feito de madeirite, que não deveria ter mais de trinta metros quadrados, chamou os cinco filhos para ajudar na retirada do sofá. Ele foi para a entrada da casa. Não cabia lá dentro. Foi preciso abrir um buraco no portal, que foi remendado depois que o sofá fora colocado lá dentro.


O dia seguinte foi de conhecimento para a senhora e os filhos. Ninguém foi para a escola. Ela esqueceu as obrigações de catadora e ficou em casa, junto aos filhos, admirando a beleza do azul turquesa daquele sofá. Estava mais azul do que nunca, aos olhos dela. E era o destaque, não apenas da sala, mas da casa inteira. Chamou os vizinhos para ver. Muitos ameaçavam se sentar, mas o olhar da senhora era de um ciúme inacreditável da peça. Ficou também, só para admiração dos amigos. E assim ficou, por longos anos.


Num sábado à noite, o filho mais velho daquela senhora, chegava em casa, depois de uma carraspana, e sujo por ter caído numa poça de lama, se jogou com tudo em cima do sofá azul. Foi o suficiente para acordar a mãe que chegou aos berros na sala. O rapaz não moveu um músculo sequer. Foi preciso arrastá-lo! Mas com isso, parte do forro veio junta. O sofá não era mais o mesmo. Durante o resto da noite e a madrugada, a senhora, já cansada, tentou, em vão, limpar o móvel. Impossível! O cheiro da lama, misturado ao da cachaça que o filho exalava, fez com que ela se lembrasse de Timóteo, o pai de dois dos cinco filhos dela, que morrera de cirrose oito anos antes, depois de torrar toda a grana com bebida e mulheres, e deixá-la com uma mão na frente e outra atrás. A repulsa foi imediata!


Durante um mês ela tentou conviver com o sofá. Mas as lembranças não paravam de martelar a cabeça dela. Decidiu: faria com o sofá, o mesmo que fizera o primeiro dono da peça. No dia seguinte, antes mesmo que o sol saudasse a manhã, ela colocou o sofá na mesma carroça e tomou o rumo da rua. Num lugar ermo, debaixo de uma árvore, ela teve que fazer um esforço quatro vezes maior para retirá-lo do transporte e colocá-lo no lugar onde, mais tarde, tomaria seu rumo definitivo.


Sumidas embaixo das manchas de lama estavam as três últimas letras do Sofá Camarim, mas não era de se esperar que alguém o encarasse e conseguisse ler nas letras que sobravam: "Sofá Cama". Mas Salustiano conseguiu. E seus olhos também brilharam ao ver o azul turquesa embaçado. Imaginou que pudesse colocar aquela esteira que achou numa rua do centro, dias antes, e tudo ficaria novinho em folha. E foi assim que Salustiano transformou o Sofá Camarim em Sofá Cama, leito para dois dos seus seis filhos.

Da série: a beleza se encontra na felicidade!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Rest

Na piscina

One of us


If God had a name what would it be?
And would you call it to his face?
If you were faced with him in all his glory
what would you ask if you had just one question?

Yeah, Yeah, God is great
Yeah, Yeah, God is good
Yeah Yeah yeah yeah yeah

What if God was one of us?
Just a slob like one of us
Just a stranger on the bus
Trying to make his way home

If God had a face
What would it look like?
And would you want to see
If seeing meant that you would have to believe
In things like heaven and Jesus and the saints
and all the Prophets

Yeah Yeah God is great
Yeah Yeah God is good
Yeah Yeah yeah yeah yeah

What if God was one of us?
Just a slob like one of us
Just a stranger on the bus
Trying to make his way home
Just trying to make his way home
Back up to Heaven all alone
Nobody callin' on the phone
cept for the Pope maybe in Rome

Yeah Yeah God is great
Yeah Yeah God is good
Yeah Yeah yeah yeah

What if God was one of us?
Just a slob like one of us
Just a stranger on the bus
Trying to make his way home
Like a holly Rolling Stone
Back up to Heaven all alone
Just trying to make his way home
Nobody callin' on the phone
'cept for the Pope maybe in Rome

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Arg! Quero não!

Olha as carinhas...

Tato

Bom humor


Esses três aí são a mais pura tradução do que é bom humor! Adorei a foto e o resultado do trabalho todo. Obrigado pelo convite, Tok de Chef!

Os chefs responsáveis pelos sorrisos


Tok de Chef









O projeto Tok de Chef foi idealizado pela professora Edna Gomes e sua realização conta com ajuda dos chefs Ingrid, Livia, Rodrigo, Renato, Priscylla, Maria Amélia e Vivian, além da colaboração de chefs convidados, além de psicólogos. O projeto tem como principal objetivo a inclusão social de jovens portadores da Síndrome de Down e jovens com deficiência visual, buscando fortalecer a auto-estima e inserção social por meio do desenvolvimento de seus potenciais culinários, possibilitando-os a atuar não somente na área da gastronomia, mas também estimulando-os a aprofundar seus conhecimentos em outras áreas, ampliando as possibilidades desses grupos no mercado de trabalho. Destaca-se ainda como objetivo, o acompanhamento de cada um desses jovens no período de execução do projeto, analisando os dados e resultados obtidos que originarão um estudo científico e novos projetos com o intuito de ampliar e diversificar os grupos de jovens. Esse trabalho será realizado utilizando oficinas para a execução de cardápios saudáveis, saborosos, que estimulam o melhor desenvolvimento de sentidos como o olfato, o paladar e o tato. Através de aulas descontraídas, com música e arte, espera-se não apenas desenvolver a sensibilidade para a gastronomia, mas também proporcionar momentos divertidos e agradáveis. Por tratar-se de um projeto sem fins lucrativos busca-se parceiros e colaboradores que possam doar matérias-primas necessárias à realização das oficinas que ocorrerão uma vez por mês, a partir de fevereiro de 2012.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Água... muita água...


Transbordou!

Para inglês ver

Um policial acabou perseguindo "a si mesmo" por cerca de 20 minutos em uma cidade britânica, depois de ter sido confundido por outro policial que monitorava as ruas da cidade por câmeras de segurança.
A história foi revelada pela revista Police, da federação britânica de policiais, e especializada no setor de segurança. O nome do policial e a cidade não foram revelados pela revista, que baseou sua história em um depoimento anônimo de um outro oficial.
O policial estava circulando a pé e a paisana em uma área de uma cidade britânica com alto índice de assaltos de casas quando recebeu pelo rádio a informação de que uma pessoa suspeita estava circulando nas redondezas e fora flagrada pelas câmeras.
Ele chegou a receber pelo rádio a informação de que estava "muito perto do suspeito". Depois de cerca de 20 minutos, no entanto, um sargento que estava observando tudo pelas câmeras na central percebeu que o "suspeito" era o próprio policial.
"Com dores de tanto rir, o sargento disse ao policial que o operador [na central] estava o observando na TV sem perceber que o 'suspeito' era o próprio policial a paisana - ou seja, o policial estava perseguindo a si mesmo pelas ruas", afirma o relato publicado pela revista.
A polícia de Sussex não confirmou a veracidade da história, já que a revista não publicou mais detalhes sobre a data e o local do episódio.
No entanto, um porta-voz da polícia disse ao jornal britânico Daily Telegraph que, em meio a tantas preocupações sérias da polícia, é comum haver momentos de descontração com tudo sendo levado no bom-humor. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Fonte: Estadão.com.br

Mamães sem tempo para academia?

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/02/maes-usam-bebes-como-pesos-em-aula-em-academia-nos-eua.html

Contornos

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Agentes de trânsito viram paramédicos


Como eu sei que muita gente – cabos eleitorais, na verdade! – vai me jogar pedras depois de ler isso aqui, vou logo explicando: não sou contra administrações X ou Y. Apenas sou um cidadão que paga – no caso da Prefeitura de Goiânia, pelo menos tento pagar! – todos os meus impostos em dia, sou jornalista e ando muito. Vejo muita coisa errada acontecendo por esta cidade e tenho senso crítico. Uso de tudo que puder para me fazer ser escutado. Assim também exerço a minha cidadania. E farei isso sempre que me deparar com uma situação que eu acredite estar errada.

Pois bem, no início da tarde de hoje, quando voltava para casa e passava pelo cruzamento da Avenida C-182 com a rua C-139, no Jardim América, vi um carro do Corpo de Bombeiros parado e cerca de 10 a 15 agentes da Agência Municipal de Trânsito, a AMT. O motivo era um acidente com um agente de trânsito, que estava deitado no asfalto sendo atendido pelos bombeiros. Dois agentes controlavam o trânsito e os outros todos faziam roda em torno do colega caído no chão, já sendo atendido pelos bombeiros. Todos com as mãos à cintura observavam, em vão, o atendimento, já que agente de trânsito é agente de trânsito e não médico!

É bonito ver como há coleguismo em muitos órgãos públicos e como os agentes de trânsito são tão solidários. É bonito ver também como eles praticam essa solidariedade ali parados, sem fazer nada, olhando para um colega caído ao chão. Isso é o que eu chamo de “apoio moral”. Ninguém sabia e nem podia fazer nada, mas TODOS estavam ali, além dos dois que controlavam o trânsito, parados, olhando... Bonito mesmo seria se a algumas quadras abaixo do acontecido, na pracinha que fica no cruzamento das ruas C-148 e C-139, atrás do Hospital Jardim América a situação não estivesse caótica por causa de 19 carros que resolveram estacionar na parte central da praça, impedindo que a maioria dos carros pudesse passar. E seria bonito também se quando o contribuinte ligasse para a AMT fosse atendido e não recebesse a seguinte resposta da atendente: “Não temos viaturas disponíveis, senhor!”. Claro que não! Pois se estavam todas elas, com seus agentes, fazendo o cerco ao colega caído numa avenida, alguns quarteirões acima!

Então a situação foi a seguinte: um agente de trânsito sofre um acidente de moto. Corpo de Bombeiros e uma tropa de agentes seguem para o local. O trânsito para e passa a ser controlado por dois agentes. Os outros – uns dez! – estão ali do lado, parados, sem nada a fazer. Algumas quadras abaixo, carros estacionados em locais proibidos impediam o fluxo normal do trânsito. O cidadão-contribuinte liga para a AMT. A resposta da atendente é que não há viatura nem agente disponível para resolver o caso. Por que? Porque estão ali do lado, dando aquele apoio moral ao Corpo de Bombeiros e ao agente acidentado!

E depois que eu mando um recado ao vento pelo Twitter, sobre a situação, recebo a informação de que o houve um acidente e que o agente quebrou o braço. Sim! Que houve um acidente, eu mesmo informei. Sinto pelo braço quebrado do rapaz! Mas nada disso justifica aquele tanto de agente sem fazer nada ali e, possivelmente, atrapalhando o atendimento do Corpo de Bombeiros. E ainda recebo mais um recado da AMT: “OK respeitamos sua opinião.” (sic). Claro que quero que respeitem a minha opinião. Eu respeito a dos outros também. Mas quando se trata da ação do Poder Público, que sobrevive com o nosso dinheiro, é preciso mais que retórica e mais que respeito à minha opinião. É preciso aceitar a crítica, admitir o erro e agir da forma certa. Se há um carro estacionado em local proibido e atrapalhando o trânsito, numa quarta-feira, às 14h30, o agente tem de ir até o local e fazer o seu trabalho. Isso é multar corretamente. Não é colocar agentes às 6 horas da manhã de domingo, apostos em portas de igreja, com blocos e mais blocos de multa, para autuar carros estacionados no canteiro central, durante as missas dominicais (mesmo se a avenida for larga e não atrapalhar o fluxo!).

Então, vamos fazer o seguinte: ou a AMT coloca agentes e viaturas disponíveis para fiscalizar o que realmente atrapalha o trânsito – e aí eu me calo perante todo e qualquer arrastão da indústria da multa nos domingos de manhã, nas portas de igrejas – ou fecha os olhos a todas as infrações e passe a fazer cordão de isolamento em casos de acidentes. Apenas isso!