quinta-feira, 31 de março de 2011

Lavoro

Vamos trabalhar, né?
Porque cada um faz o que gosta e não precisa invejar!
Ótima quinta-feira, quase sexta!

terça-feira, 29 de março de 2011

Devolva-me

Eram verdes as esmeraldas,
que te cobiçavam
logo nas primeiras horas da manhã.

Derrubou cargueiros,
desviou veleiros
atraiu as gaivotas meninas,
sentiu ciúmes de mim.

Devolva-me os versos de amor
sobre ti jogados.
Sou um poeta cansado
e minha mente parece não lembrar.

Contigo estão as jóias que não usei,
e os rostos que eu não soube pintar.
Sobre tuas ondas, escrevi um nome
que o tempo não conseguiu apagar.

Não está morto, é revolto
e a areia branca te faz calar.

De joelhos em tua moldura
rogo-te,
deixa-me provar de tua bravura,
enquanto podes ser mar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Porque hoje é segunda-feira

Faz de conta…
que hoje é dia lindo
que o sol está sorrindo
para as nuvens de algodão.

Faz de conta…
que não há melancolia
que no ar há poesia
nos trazendo inspiração.

Faz de conta… Por que não?!
que o mundo é tão perfeito
e que sonhar é um direito
além da imaginação.

sábado, 26 de março de 2011

Calmaria

Estou presente na quietude da natureza
Estou na serenidade daquela nuvem que passa
No crepúsculo sou calmaria, sou nobreza
Na passividade sou poderosa arma.

sexta-feira, 25 de março de 2011

No vazio


O vazio do horizonte
No vazio da alma
De sonhos vazios…
O vazio do tempo
O vazio das palavras
O vazio do pensamento…
O olhar vago
Perdido no lamento.

Mansidão

“Tranqüilo, o mar não canta nem odeia.
O nauta, imerso noutro mar de mágoas,
Os olhos tristes e úmidos passeia
Pela tranqüila quietação das águas.
A onda, que dorme quieta, não espuma;
O astro, que sonha plácido, não canta;
E em todo o vasto mar, em parte alguma
A mais pequena vaga se levanta.”

Goethe, J.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O poema

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profudamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.

Mário Quintana

segunda-feira, 21 de março de 2011

Sonhos à deriva


Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho dentro de um navio…
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito:
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

Cecília Meireles.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sunset

Sunset or something like that.

terça-feira, 15 de março de 2011

Espera

...
Quando é funda a emoção, cada fibra estremece,
e, toda compungida, a alma mergulha exangue
num incerto cisma, numa doce prece...
que faz gemer a carne e murmurar o sangue!

Quem não sentiu jamais um instante brado
de vocação crescida dia a dia, de um coração
gêmeo no teu, capaz de afinidades intensas!
...
E.Coutinho

domingo, 13 de março de 2011

Plástico bolha on line

http://www.gustavoguimaraes.com.br/arquivo/images/papelbolha.swf


Agora sim, seus problemas acabaram!


Sabe aquele plástico, cheio de bolhas de ar, que é ótimo de ficar estourando?
Pois é, agora existe uma versão online!
É uma ótima maneira de se acalmar!
Melhor do que Maracujina ou Floral!
Mais rápido que Lexotan!
E mais barato que psiquiatra!
É o Plástico Bolha! Agora em versão eletrônica e reciclável! Resolvendo um problema ambiental! Indique para sua esposa.
Ponha o som bem alto, clique abaixo e então clique em cima das bolhas
(Se usar o modo Manic Mode, não precisa nem clicar)

sábado, 12 de março de 2011

Convite para o fim de semana

Tô arrebanhando uma turminha boa pra passar o fim de semana na minha nova casa de praia que adquiri ali na Itália, mas especificamente em Santa Margarida Liguria, no Mediterrâneo. Quem tiver GPS, basta digitar Santa Margarida Luguria e chegar lá. A casa é a que está no canto superior esquerdo da foto, toda cercada de palmeiras.
PS.: Favor enviar os nomes pra providenciar os quartos e a mesa do jantar.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Classificados

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações da infância.

Preciso de um amigo para não enlouquecer, para contar o que vi de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.

Deve gostar de ruas desertas, de poças d´água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Preciso de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já tenho um amigo.

Preciso de um amigo para parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas.

Que bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que me chame de amigo, para que eu tenha a consciência de que ainda vivo.

Sim, Vinícius de novo!

quinta-feira, 10 de março de 2011

Vinícius!

A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Vinícius... Ah, Vinícius!

quarta-feira, 9 de março de 2011

À espera

O invocativo nos teus dias,
É a trilha de meus passos...
E dela as pedras arredias,
De meu piano os compassos!

Não sei por onde andas?...
Com quem estás ou não estás...
Só sei que a saudade encanta,
De quem a ti vai atrás!

Tu és a atração do momento!
Sem ti vivo no isolamento,
Porque do jardim és a rosa!

Espero que voltes logo!
Perdemos o dia que era nosso,
Mas não perdemos a hora!

Jairo Nunes Bezerra

domingo, 6 de março de 2011

Janelas

Das inúmeras 'janelas' da minha vida...
Gravadas na minh'alma,
Nada é mais salutar confesso,
Do que as lembranças que carrego de olhar a chuva,
Olhar debruçado no parapeito da janela de minha casa:
...
Ouvir até cansar o som dos trovões,
Vislumbrar aos olhos o relampejar que incandesce ao céu,
Contemplar as formações criadas pelas nuvens,
A mescla de tons do branco ao cinza, quase negro;
Sentir na pele as gotas d'água tocarem meu rosto,
O vento ora calmo, ora forte a balançar as folhas do abacateiro,
Pássaros que se banhavam nas pequenas poças formadas pela chuva,
Pássaros que cantavam alto querendo cobrir o som dos trovões;

Assistir a 'festa' dos raios cruzando o espaço, desenhando no nada,
Vez ou outra dar uma escapada aos olhares protetores e correr n'água,
Mas nada, nada mesmo ficou presente como o som da voz de minha mãe,
Menino, menino, saia desta janela é muito perigoso...
E eu dizia, que nada minha mãe, estou protegido por Deus...
. . . . . . . .

Celso Gabriel

sexta-feira, 4 de março de 2011

Capturadas

Eu passei. Elas estavam lá, paradinhas! Nem vento nem sopro. Nada as fazia sair do lugar. Olhei muito. Pisquei de lado. Me deram de ombros. Deixei-as, quietinhas, lá mesmo. Mas capturei o tempo, eternizei a imagem e a trouxe pra mim. Agora, divido com vocês!

Goró...

http://www.zappinternet.com/video/cuqWpuMgiQ/

quarta-feira, 2 de março de 2011

Uma foto!

Sob um céu recortado por nuvens pálidas...
Recoleta, Buenos Aires, AR

Todos os caminmhos (Cantilena)

Todos os caminhos levam a você
Embora eu não preste atenção
Embora eu ande na contramão
Todas as setas apontam em sua direção
Embora eu não abandone a sorte
Embora eu não me entregue à morte
Todas as bússolas indicam o seu norte
Embora eu não desista de amar
Embora eu perceba o tempo voar
Todos os rios correm para o seu mar
Embora eu tente alcançar o cume
Embora eu dissipe o denso negrume
Todas as flores exalam o seu perfume
Embora eu me cure com alcaçuz
Embora eu acredite em Jesus
Todas as cores refletem a sua luz
Embora esta poética seja démodé
Embora eu não saiba o porquê
Todos os versos são feitos para você

Paulo Antonio Barreto Junior

terça-feira, 1 de março de 2011

Tomara

Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinícius de Moraes

Violinista

...
Como, ígneas e imortais, num redemoinho insano,
Longe, a torvelinhar em céus inacessíveis,
Pairam constelações virgens do olhar humano,
Nebulosas sem fim de mundos invisíveis:

- Assim no teu violino, artista! adormecido
À espera do teu arco, em grupos vaporosos,
Dorme, como num céu que não alcança o ouvido,
Um mundo interior de sons misteriosos...
...

Olavo Bilac