quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Tempestade tropical no Bela Vista



Ainda não era duas da tarde. Trabalhava em casa, computador ligado, quando houve uma queda de energia. O computador desligou. Liguei-o, novamente. A energia acabou, mais uma vez. Resolvi desligar e esperar a coisa se resolver. Como estava demorando mais que o normal, liguei para o número do serviço de atendimento de emergência da CELG. Segue o diálogo entre mim a atendente:

- CELG boa tarde meu nome é Juliana (nome fictício) e esta ligação gerou o protocolo número 2518XXXX com quem eu falo? (assim mesmo, sem vírgule e sem respiração)

- Poderia repetir, por gentileza, o número do protocolo?

- Não entendi seu nome, senhor?

- Nem eu o seu!

- Como senhor?

- Meu nome é Rimene Amaral. E o seu?

- Juliana, senhor.

- Juliana, poderia por gentileza, repetir o número do protocolo para que eu pudesse anotá-lo?

- 2518XXXX. Qual é o problema?

- Houve um pico de energia aqui no meu setor...

(ela me interrompe bruscamente)

- Me confirme o nome completo do titular da conta, com enedereço...

(o fiz, até o final, com setor e CEP, iclusive!)

- Bairro e cidade, senhor?

- Setor Bela Vista. Goiânia.

- A energia acabou?

- Não. Está em meia fase e oscilando muito.

- Mas tem energia?

- Sim, moça. Tem energia, mas é meia fase e está oscilando. A potência aumenta e diminui rápida e constantemente.

(silêncio)

A moça pergunta:
- Mas tem ou não tem energia?

- Sim, moça. Ainda há energia. Posso acender a lâmpada, mas está muito fraca.

(uma pausa longa...)

A atendente pergunta:
- O ‘clima’ tá chuvoso aí, ou não?

Engoli seco. Segurei a risada e respondi!

- Tá a maior tempestade aqui, moça. Raios e trovões. Ventos de 220 quilômetos por hora...

- Está chovendo aí, senhor!?

- Claro que não moça. Está mais seco que o deserto do Saara, segundo li na reportagem. Previsão de chuva só para o mês que vem, quando voltarei a te ligar pelo menos umas 543.234.709 vezes ao dia!

- A sua reclamação foi encaminhada para a área responsável. É só aguardar.

- Saberia me informar quanto tempo demora?

- É só aguardar, senhor! É a única informação que tenho.

- Ok. Obrigado.

- Posso ajudar em mais alguma coisa?

- Sim. Gostaria de saber se demora.

- A informação que tenho é que o senhor deve aguardar.

- Obrigado, então!

- Posso ajudar em mais alguma coisa?

- Não. Você disse que o que me resta é aguardar, então... Vou fechar a janela para não molhar aqui dentro de casa.

Ela resmungou e concluiu:

- A CELG agradece a sua ligação. Tenha uma boa tarde!

Por que a CELG agradece a minha ligação, sendo que a atendente estava P... da vida por falar comigo? Não entendi!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Expiradas garantia e paciência


Era meados dos anos 90. Eu tinha acabado de me mudar para meu novo apartamento e isso merecia uma comemoração. Fui à uma loja no shopping para comprar um aparelho de som novo e a novidade que vinha ganhando cada vez mais espaço no mercado era a marca LG. O produto me foi apresentado: um som com carrossel para 3 CDs, 16 BIT, Dual D/A Convertes 586. Parecia imponente e o preço agradava! Aquisição feita fiz a primeira festa em casa para testar o potente! Um espetáculo! Isso é que era som. Eu tinha um LG!

Algum tempo depois fui à procura de um DVD Player. A marca? LG, claro! A aquisição foi um DV 5921N. Aproveitei e comprei várias temporadas de seriados norte-americanos. A partir de então, minhas noites e meus fins de semana seriam recheados de filmes e seriados com imagem de qualidade e shows apresentados com a proposta de vários ângulos e até legenda. Uma maravilha!

Seis anos atrás, decidi que o meu aparelho de TV já estava obsoleto e, principalmente, por causa do novo DVD Player LG DV 5921N, eu precisava de uma TV maior. Passei um sábado rodando pelas lojas até encontrar a TV Color 29RP-29 CC90 (descrição da nota fiscal) LG 29 polegadas. Um espetáculo de imagem e, de quebra, fazia par com o DVD Player, o que transformava meu duo (TV+DVD) em compartilhamento perfeito!

O trabalho começou a solicitar muito de mim e a programação da TV começou a me agradar. Mas como assistir ao que eu queria sem estar em casa? Que tal comprar um vídeo-cassete? Teria comprado um para gravar tudo o que eu queria assistir quando não estivesse em casa, não fosse pelo fato de o aparelho não ser mais fabricado e nem ser vendido. Procurei por uma solução e... tcham, tcham, tcham, tcham... Descobri que já existia gravador de DVD! Meu sonho de consumo estava na minha frente. A marca? Adivinha? LG! Um gravador de DVD LG DR7221B. Com ele eu programava minhas gravações com até uma semana de antecedência. Além disso, podia assistir aos meus DVDs. Tudo em um único aparelho. Meus problemas haviam acabado.

Ano passado, trabalhando em casa, no meu computador com monitor de 14 polegadas, tive a surpresa estranha quando a tela ficou toda verde. Depois de vários diagnósticos, descobri que a vida útil do monitor já havia expirado. Nem sabia que isso acontecia. Mas como trabalho com fotografia e precisava de uma imagem perfeita, teria de providenciar um novo monitor! Ao shopping! Em uma das lojas me foi apresentado o monitor Flatron E2050T de quem? Da LG, claro! Preço bom, monitor gigante de LED/LCD, blá, blá, blá... Comprei!

Bem, hoje tenho em casa cinco aparelhos LG. Todos com sua finalidade e importância. Todos ocupando os mesmos lugares de destaque. E todos, absolutamente todos, apresentam defeitos!

Vamos aos aparelhos e aos fatos:
1.       O aparelho de som, com carrossel para 3 CDs, 16 BIT, Dual D/A Convertes 586, que era a imposição em forma de aparelho de som, após dois anos de uso começou a escolher os CDs que tocava. Não! Não compro CD pirata. Eram todos originais, comprados em lojas e caros! Mais um ano de uso – e com a garantia expirada, é claro! – começou a não querer aceitar mais de um CD no carrossel de três. Assistência técnica? Desisti depois da terceira visita! Hoje em dia, o meu aparelho de som LG toca alguns poucos CDs, mas com um agravante: como se todos estivessem arranhados e as músicas não passam dos 30 segundos de execução.
2.       O meu DVD Player DV 5921N também resolveu selecionar os episódios e as temporadas dos meus seriados. Um deles, por exemplo, a terceira temporada da série Six Feet Under (A Sete Palmos), não o agrada. Isso significa que ele me informa, todas as vezes, que o DVD não pode ser identificado. Já tentei, por várias vezes, fazer as devidas apresentações. Em vão! Tudo acontece a partir do segundo ano de uso do aparelho. Hoje em dia, são raros os DVDs que ele ‘reconhece’. Mais anti-social impossível! Duas visitas à assistência técnica. Desisti!
3.       O aparelho de TV LG 29 polegadas resolveu apresentar uma mancha azulada, meio roxa, do tamanho de um abacaxi, do lado direito da tela, bem na cara do Jô Soares quando está enquadrado junto com o entrevistado. A tal mancha também passeia por toda a programação de todos os canais! Essa é inexperada e dura aproximadamente meia hora. Quando aconteceu? Exatamente dois meses após o fim da garantia!
4.       Dois anos após adiquirir o gravador de DVD LG DR7221B, aconteceu o primeiro caso. Saindo para o trabalho e sem saber se chegaria a tempo de assistir a um filme anunciado em uma emissora, programei o aparelho para gravar. Horário de início e horário de término, como sempre fiz. Quando cheguei em casa... surpresa! Não havia nada gravado. Perdi o filme. Achei que deveria ter feito algo errado, durante a programação. Fim de semana seguinte, fiz nova programação. Prestei atenção para que o passo a passo fosse realizado direitinho! Novamente perdi o que achava que estaria gravando! Mais um tempo e o aparelho gravador de DVD LG DR7221B passou a não querer gravar mais. Decidiu numa noite de sexta-feira. Daí em diante, ficou rebelde. Não aceitava mais nenhuma programação. Passei a gravar corrido. Acionava a tecla de gravação e saia. Funcionou bem durante uns três meses. Estava bom demais e o gravador de DVD deve ter estressado com alguma coisa. Resumindo, hoje em dia não grava mais. Exibe alguns poucos DVDs e, quando se pede para gravar, aparece a mensagem para que o DVD regravável seja limpo. Isso por pelos menos umas 28 vezes até eu me cansar de tentar e desistir da gravação. E sabe quando aconteceu a primeira pane? Exatamente um ano depois de expirar a garantia!
5.       Sabe o monitor Flatron E2050T de LED/LCD e tals? Pois é. A garantia dele acabou mês passado e, um dia depois: BINGO! Passou a ter vida própria. Adquiriu sua independência e, quando não está de bom humor, liga mas não mostra a imagem na tela. Li absolutamente, pela enésima vez, todo o manual de instruções. Nada a respeito do caso. Na correria, comecei a usar meu netbook, que não é LG, mas quando o monitor Flatron E2050T resolve dar o ar da graça e apresentar a tela gigante e toda brilhante, volto ao trabalho com as fotos.

Pergunto: os aparelhos LG são feitos para durar apenas o tempo da garantia? Ou uns meses a mais? Isso não está escrito no manual! O que devo fazer? Via-sacra na assistência técnica? Levar todos os aparelhos, mais uma vez, para o conserto e ficar com a casa limpa por um mês? Ou devo doar todos para uma oficina eletrônica aproveitar peças (que peças?)? Acham que devo comprar mais algum aparelho LG?

Aguardo contato!

Rimene Amaral, jornalista, fotógrafo e consumidor enganado!

Resposta do SAC da LG: Não há como enviar a minhas reclamações já que o espaço do e-mail não as cabe! // Não há como enviar e-mails, também!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quando a voz se cala


Dia desses, ainda cedo, fui abrir meu e-mail para começar mais um dia de trabalho. Tentativa frustrada. Tomei meu café e tentei novamente. Em vão! Liguei para o meu provedor de internet, o BR Turbo, passei por dois menus até conseguir ser atendido por alguém que fala e interage. Informei que não estava conseguindo acessar meu e-mail. A moça me fez uma dezena de perguntas, pediu para que eu esperasse e voltou com a informação que o meu e-mail estava em manutenção e não havia previsão de retorno à normalidade. Fique estático e sem reação, por algum tempo. Informei à atendente que eu não sabia da manutenção, nada me fora avisado e eu precisava trabalhar. Ela disse apenas que era a única informação que tinha para me repassar e desligou. Simples, assim!

Não é de hoje que sou conhecido pela forma de agir quando me sinto lesado ou injustiçado. Sempre fui de correr atrás quando acredito estar certo. Se me convencerem do contrário, recolho-me à minha total ignorância. Mas até isso acontecer, vou fundo. É aquela história de dar um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair dela. E pensando assim, liguei novamente no telefone do provedor. Outra moça atende. Mesmos menus, mesma dezena de perguntas. Informações idem: ‘em manutenção e sem previsão’. Pedi para falar com o supervisor e a moça disse que ela mesma era responsável pelo atendimento. Insisti. Ela me informa que o supervisor não está. Perguntei, então, se teria desconto no valor da conta, já que meu e-mail não estava funcionando. Nenhuma resposta. Silêncio total. Solicitei a gravação da conversa e ela me disse que apenas por vias judiciais e desligou o telefone na minha cara.

É nessas horas em que a gente passa a testar a saúde e o autocontrole. Aos fatos: meu e-mail não funciona por culpa do provedor, que resolveu fazer uma manutenção sem me avisar. Não me dá qualquer previsão de retorno. Não há ninguém para quem eu possa reclamar. Pés, mãos e língua atados. Mas não sou de desistir fácil e liguei mais uma vez. Mais dois menus e um rapaz me atendeu. Mais uma dezena de perguntas e ele pediu para que eu acesse meu e-mail de uma outra forma. Bingo!, o e-mail abriu. Não sei se fiquei feliz ou furioso. Por que as duas atendentes incompetentes não me ensinaram isso antes? Despreparadas ou agiram de má fé? Não sei, nunca vou saber e levo o questionamento para o túmulo!

Essa situação toda me fez parar e pensar nas leis brasileiras, em específico na lei dos call centers (Decreto no 6.523), que vigora no Brasil desde o dia 1o de dezembro de 2008. Uma das regras obriga, preste atenção: obriga!, empresas a atenderem os consumidores em até um minuto. Além disso, o consumidor pode solicitar acesso ao conteúdo da gravação e ao histórico de atendimento. Tudo isso é bonito de se ler, mas e na prática? Quem vê isso? A quem reclamar? Como comprovar um atendimento se, sequer, o provedor oferece um número de protocolo?

Quando o Procon foi lançado era um dos órgãos mais atuantes, na defesa do consumidor. Mas, infelizmente, como muitos órgãos públicos caiu na burocracia e isso levou ao descrédito! É aí que o cidadão que se sente lesado, como eu, recorre à Justiça. Mais uma ação judicial para atrasar, ainda mais, a já morosa Justiça brasileira. O que deveria ser feito é um trabalho de fiscalização permanente, por órgãos competentes, com multas estratosféricas, já que muita gente passa pelo problema e aceita tudo de boca fechada. Só assim teremos dignidade e poderemos ser chamados de cidadão e não de bobalhão. E fica a sugestão!

Publicado no jornal O Hoje, de hoje, dia 23/08/2011, página 4.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A solução definitiva para a secura de Goiânia


Fica assim:

Nas próximas eleições darei total apoio ao candidato a prefeito de Goiânia que melhor propuser soluções para resolver nossos problemas de sequidão e calorão.
Alguns pleitos atrás, propus isso, mas não tive qualquer respaldo. Hoje, já recebi até proposta financeira. Às ideias:
1. Goiânia seria fechada (ou coberta) com uma redoma de acrílico, isolante térmico, com portas para saída e entrada em todas as saídas e entradas da cidade.
2. Geradores de ar condicionado central, de cerca de 4,5 milhões de BTUs, seriam instalados em vários pontos da cidade, nas partes altas, mantendo uma temperatura constante de 17 graus centígrados.
3. Nas partes baixas, umidificadores de ar, que manteriam a umidade a 70%.
4. O teto seria côncavo (ou seria convexo?) para aparar a água da chuva, porquê quando chove...

Geraríamos mais empregos! Jovens teriam trabalho. Receberiam para passear por toda a cidade de bicicletas, que seriam instaladas em linhas, para reabastecer os umidificadores. A energia gerada pelas bicicletas fariam os compressores de ar condicionado funcionar.
Cada morador teria um GPS (único investimento pessoal por família). Através dele, o morador mandaria uma mensagem à uma central, solicitando a abertura da escotilha que estivesse em cima da casa dele, por exemplo, para receber chuva. Bastaria digitar as coordenadas (latitude e longitude) e a escotilha acima da casa se abriria por um tempo determinado, o necessário para a ação. O governo poderia subsidiar a compra em parcelas a perder de vista, como eram os financiamentos da Caixa Econômica Federal.

Os resultados imediatos:
1. Não teríamos crianças foras das salas de aula por causa da dispensa, devido ao clima seco.

2. Não teríamos tanto estresse no trânsito, causado pelo calor que quase cozinhas os miolos.

3. Não teríamos gastos estratosféricos com a saúde pública, já que muitas dessas doenças que lotam os Cais hoje são decorrentes do calor e do tempo seco.

4. Com o tempo mais fresco, os alimentos durariam mais e o custo de vida seria melhor.

          Bem, está lançada a solução definitiva para o nosso maior problema. Acredito que, a partir daí, poderemos viver melhor, vender nossa tecnologia e ideia, que já estariam registradas e patenteadas, para o mundo todo. Já pensou isso na Inglaterra? Nos Estados Unidos, onde idosos morrem mais que abacates maduros caem? Definitivamente é a única solução. Meu voto é garantido e, acredito, teremos todos a nosso favor, inclusive como cabos eleitorais. Tenho dito!

sábado, 13 de agosto de 2011

Sem proseio e sem feição


Nem sob tortura papai conseguia falar ‘NÃO’ a alguém. Jamais foi de reclamar aos outros e também não era uma pessoa que deixava de lado um desafio, principlamente quando ele tinha que estudar o caso. Já disse várias vezes que papai era uma espécie de ‘faz-tudo’ e o que vou relatar não foge ao estereótipo!
A campanhia tocou cedo. Era sábado e papai, como sempre, já estava de pé, café pronto e pão de queijo no forno. Ouvi os passos abafados passando pelo corredor externo da casa e chegando ao portão, que gemia ao abrir. Bem longe, escutei a voz de um menino. Ele pedia para que meu pai fosse até a casa dele dar uma olhada na televisão. Afinal, era sábado e ficar sem TV num dia em que também não se tem muita coisa a fazer não era bom. Não ouvi a resposta que papai deu ao garoto, mas sabia que ‘NÃO’ não havia sido!
Tempinho depois me levantei. Papai retirava uma bandeijada de pão de queijo do forno. Pegou um ainda quente, saindo fumaça, e jogava de uma mão à outra para esfriar. Mamãe ainda na cama apenas sentia o cheiro do pão de queijo e do café e reunia coragem para se levantar.
Sem cerimônia, papai cortou duas fatias finas de mortadela, colocou dentro de um pão de queijo e deu-me. Um sanduíche perfeito para um sábado de manhã. Perguntei a ele quem havia tocado a camapnhia e ele me respondeu que iria até a casa de um amigo ver o que estava acontecendo com a televisão. Segundo o garoto, a TV não estava funcionando. E lá foi ele.
Relatos dizem que papai riu como poucas vezes. Chegando na casa do tal ‘amigo’ – nessas horas todos se tornam grandes amigos! – a TV, peça principal da sala, estava rodeada pelas pessoas da família. Papai perguntou o que havia acontecido com o aparelho.
- “O senhor cridita que amanheceu assim? Hora tem proseio e num tem feição. Hora tem feição e num tem proseio!”, disse o dono.
Papai disse que segurou firme para não rir compulsivamente da forma simples, direta e ‘intendível’ que o dono da casa usou para explicar o problema. Abriu a TV, retirou algumas peças, limpou outras, apertou mais umas, soprou, soldou e testou! Ao ligar o aparelho, estavam lá ‘proseio e feição’. Uma imagem mais limpa que fralda de bebê. Um áudio mais puro que água de mina.
A partir daí virou piada e papai passou a contar a história, sempre incrementando um pouco mais. E sempre rindo cada vez mais da TV que não tinha proseio, nem feição. Ainda hoje consigo fechar os olhos e ver a risada larga, os olhos quase marejando de tanta graça e papai retirando um lenço do bolso para enxugar os olhos, atrás dos óculos. Mas a feição e o proseio dele não serão mais afinados. Calaram-se a voz e as risadas. Sumiu-se a feição, que agora fica apenas na saudade.

Feliz Dia dos Pais, onde quer que esteja!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Musical Roriz reúne feras do sopro em Goiânia


Um grande encontro de músicos tarimbados, com show de Silvério Pontes, Zé da Velha e o saxofonista Humberto Araújo, que acompanha a banda de Luiz Melodia. O time de primeira faz parte dos convidados especiais dos empresários Paulo Roriz e seu filho, João Paulo Roriz, para a inauguração da Musical Roriz, a versão varejo da tradicional loja de instrumentos musicais que completa 35 anos de marcado. A happy hour, com a presença das personalidades goianas do meio, será no dia 19, a partir das 18 horas, com apresentação também da Banda do Corpo de Bombeiros.

A Musical Roriz tem representação exclusiva no Brasil do grupo americano Conn-Selmer, que abastece o mercado com 21 marcas entre instrumentos de sopro e percussão e vende no atacado os pianos Steinway & Sons – fabricados nos EUA e considerados os melhores do mundo –, trompetes Vincent Bach, modelo Artisan, violões Yamaha e Baterias Pearl.

A loja de varejo da família Roriz, localizada na Ricardo Paranhos, abre as portas apresentando cerca de 700 produtos, entre instrumentos musicais de sopro, percussão, teclados, pianos e corda, além de acessórios. Entre os produtos estão os que a família chancela com a marca Quasar, uma linha de instrumentos de sopro e percussão. A estreia no varejo vai introduzir a Musical Roriz num nicho de mercado até agora inexplorado em Goiânia. 

A Musical Roriz vai se instalar com muitas novidades. Todos os seus funcionários são músicos profissionais e a loja terá um espaço destinado a recitais, com um piano à disposição dos clientes. Além da loja de Goiânia, a Musical Roriz está lançando também a sua unidade de Palmas e uma loja virtual com entrega em todo o país (site). Na versão on line, vários produtos exclusivos, como acessórios da marca francesa BG (sopro), Vincent Bach, CG Conn e Ludwig (percussão).    

Outra exclusividade da Musical Roriz é que a loja terá um estúdio gratuito para músicos que queiram gravar seus CDs demo. A loja é patrocinadora da Escola de Artes Veiga Vale. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Escreve aí o que eu escrevo aqui

A Rua 146, no Setor Marista, é uma das mais complicadas de se transitar, depois que o último raio de sol se põe. O espaço conhecido como Quartier Gourmet, compreendido entre a Avenida 136 e a Rua 142, há muito deixou de ser lugar de trânsito fácil. São bares e restaurantes encavalados – e novos brotam a cada dia! – e pessoas afoitas para saber quem está sentado em cada uma das cadeiras, lá dentro, em cada um dos estabelecimentos. Sim, o goianiense tem essa mania horrorosa de sair de carro para ficar passeando na rua, atrapalhando o trânsito, principalmente nos locais onde nunca houve, não há e, acredito, nunca vai haver fiscalização adequada por parte da Agência Municipal de Trânsito, a AMT.

Não foi uma e nem foram duas vezes que eu fui obrigado a parar o carro na Rua 146, por volta das nove da noite, ligar para o plantão da AMT e solicitar ajuda para poder sair do tumulto e ir embora para casa. Sim! Trânsito travado, numa quinta-feira à noite. Não andava nem para frente e nem para trás. A resposta da moça que me atendeu na AMT? Não há viaturas e nem fiscais suficientes. Como seu eu não soubesse. E aí, vai fazer o que? Gritar, buzinar, jogar ovos? Pode até ser, mas não vai adiantar nada.

Numa cidade em que para muita gente o caráter e a masculinidade são medidos pelo tamanho do carro, ainda há muito o que se fazer quando o assunto é educação no trânsito. Soluções? Claro que existem. Basta ter boa vontade, caneta e bloco de multas. Parou no meio da rua para ver se há alguém interessante no bar? O fiscal chega junto, dá o ultimato e anota a placa. Fez de novo? Multa! Só assim funciona. Infelizmente tudo no Brasil acontece baseado na quantidade de dinheiro que te arrancam numa multa.

Junta-se a fome com a vontade de comer. A AMT arrecada mais e livra a rua dos maus motoristas, que também são engraçadinhos e, muitas vezes, esnobes. Bem, a situação é assim atualmente. Mas esperem só quando a nova boate abrir as portas, bem no quarteirão mais espremido que tem, em frente ao restaurante francês! Aí sim, o bicho vai pegar! É um dos locais mais espremidos daquela região e sem espaço para estacionar. Como a situação já não é brincadeira, quando tudo isso for realidade e a casa começar a funcionar, será possível ver as caminhonetes gigantescas paradas na porta e seus motoristas papeando com os seguranças, tentando convencê-los a entrar na boate sem pagar. Isso porque mesmo tendo um carrão, o motorista goianiense acha fino entrar ‘na faixa’, gosta de estufar o peito e dizer que é VIP. E essa conversinha vai parar de vez o trânsito, fazendo muita gente boa, trabalhadora e cansada que quer ir embora para casa o mais rápido possível, passar por situações que podem ser até perigosas. Pode dar morte. Escreve aí!

Então, antes que tiroteios e mortes comecem a acontecer no Quartier Gourmet, a AMT poderia começar a intensificar a fiscalização na Rua 146 e colocar na cabeça do motorista que a rua é para circular e não um ponto de encontro ou local de papo com quem está nos bares. Goiânia já ultrapassou um milhão de veículos e parece que ninguém ainda se deu conta do quão preocupante isso é, numa cidade em que não se vira à esquerda e que o trânsito, apesar de ainda ser ‘calmo’, é um dos piores do Brasil!

O problema está registrado. Espero que, antes mesmo de se agravar, as autoridades competentes façam alguma coisa. Senão, o que veremos serão brigas constantes com direito a armas de fogo – coisa que muito mauricinho goiano também gosta! – e até morte. Espero que eu esteja errado, mas se estiver certo... quem viver, verá!

domingo, 7 de agosto de 2011

Novelo

Quisera desenrolar o novelo!...
Com ele tricotar nova história,
E vestir com todo o calor e zelo,
Minha desnuda recente memória.

Usar ponto do mais forte apelo,
Para espantar essa dor inglória,
Aquecer ao coração frio tal gelo,
E dar vazão do amor à trajetória.

Pobres agulhas! Sem ter um modelo,
Da lã tecem o manto da vitória,
Para a Louca Rainha do Pesadelo...

Lindo novelo da cor ilusória,
Nesse peito rubro em desmantelo,
Não cabe nem alegria provisória!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sozinhos e poderosos

...
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinívius!