quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Escreve aí o que eu escrevo aqui

A Rua 146, no Setor Marista, é uma das mais complicadas de se transitar, depois que o último raio de sol se põe. O espaço conhecido como Quartier Gourmet, compreendido entre a Avenida 136 e a Rua 142, há muito deixou de ser lugar de trânsito fácil. São bares e restaurantes encavalados – e novos brotam a cada dia! – e pessoas afoitas para saber quem está sentado em cada uma das cadeiras, lá dentro, em cada um dos estabelecimentos. Sim, o goianiense tem essa mania horrorosa de sair de carro para ficar passeando na rua, atrapalhando o trânsito, principalmente nos locais onde nunca houve, não há e, acredito, nunca vai haver fiscalização adequada por parte da Agência Municipal de Trânsito, a AMT.

Não foi uma e nem foram duas vezes que eu fui obrigado a parar o carro na Rua 146, por volta das nove da noite, ligar para o plantão da AMT e solicitar ajuda para poder sair do tumulto e ir embora para casa. Sim! Trânsito travado, numa quinta-feira à noite. Não andava nem para frente e nem para trás. A resposta da moça que me atendeu na AMT? Não há viaturas e nem fiscais suficientes. Como seu eu não soubesse. E aí, vai fazer o que? Gritar, buzinar, jogar ovos? Pode até ser, mas não vai adiantar nada.

Numa cidade em que para muita gente o caráter e a masculinidade são medidos pelo tamanho do carro, ainda há muito o que se fazer quando o assunto é educação no trânsito. Soluções? Claro que existem. Basta ter boa vontade, caneta e bloco de multas. Parou no meio da rua para ver se há alguém interessante no bar? O fiscal chega junto, dá o ultimato e anota a placa. Fez de novo? Multa! Só assim funciona. Infelizmente tudo no Brasil acontece baseado na quantidade de dinheiro que te arrancam numa multa.

Junta-se a fome com a vontade de comer. A AMT arrecada mais e livra a rua dos maus motoristas, que também são engraçadinhos e, muitas vezes, esnobes. Bem, a situação é assim atualmente. Mas esperem só quando a nova boate abrir as portas, bem no quarteirão mais espremido que tem, em frente ao restaurante francês! Aí sim, o bicho vai pegar! É um dos locais mais espremidos daquela região e sem espaço para estacionar. Como a situação já não é brincadeira, quando tudo isso for realidade e a casa começar a funcionar, será possível ver as caminhonetes gigantescas paradas na porta e seus motoristas papeando com os seguranças, tentando convencê-los a entrar na boate sem pagar. Isso porque mesmo tendo um carrão, o motorista goianiense acha fino entrar ‘na faixa’, gosta de estufar o peito e dizer que é VIP. E essa conversinha vai parar de vez o trânsito, fazendo muita gente boa, trabalhadora e cansada que quer ir embora para casa o mais rápido possível, passar por situações que podem ser até perigosas. Pode dar morte. Escreve aí!

Então, antes que tiroteios e mortes comecem a acontecer no Quartier Gourmet, a AMT poderia começar a intensificar a fiscalização na Rua 146 e colocar na cabeça do motorista que a rua é para circular e não um ponto de encontro ou local de papo com quem está nos bares. Goiânia já ultrapassou um milhão de veículos e parece que ninguém ainda se deu conta do quão preocupante isso é, numa cidade em que não se vira à esquerda e que o trânsito, apesar de ainda ser ‘calmo’, é um dos piores do Brasil!

O problema está registrado. Espero que, antes mesmo de se agravar, as autoridades competentes façam alguma coisa. Senão, o que veremos serão brigas constantes com direito a armas de fogo – coisa que muito mauricinho goiano também gosta! – e até morte. Espero que eu esteja errado, mas se estiver certo... quem viver, verá!

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