domingo, 7 de agosto de 2011

Novelo

Quisera desenrolar o novelo!...
Com ele tricotar nova história,
E vestir com todo o calor e zelo,
Minha desnuda recente memória.

Usar ponto do mais forte apelo,
Para espantar essa dor inglória,
Aquecer ao coração frio tal gelo,
E dar vazão do amor à trajetória.

Pobres agulhas! Sem ter um modelo,
Da lã tecem o manto da vitória,
Para a Louca Rainha do Pesadelo...

Lindo novelo da cor ilusória,
Nesse peito rubro em desmantelo,
Não cabe nem alegria provisória!

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