Enterrem meu coração sonhador
No alto da montanha da solidão!
Perto das águias e dos ventos fortes,
Perto dos espíritos altaneiros,
Longe de certas alimárias da Terra,
Longe dos que não acham
Uma razão para sonhar e amar!
Enterrem meu coração sonhador
No alto da montanha da solidão!
Perto dos deuses,
Dos deuses antigos e esquecidos,
Daqueles deuses que eu amo sempre!
Perto do sol, perto das estranhas estrelas,
Das estrelas que um dia sonhei roubar!
Sonhador da morte, Órion, caçador condenado!
No vitupério pérfido dos poderes mórbidos do mundo
Ruflo minhas asas, Ícaro da solidão das sombras!
Enterrem meu coração sonhador
No alto da montanha da solidão!
Rogério Silvério de Farias
sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Pelos becos das poesias II
Todavia, toda via era bonita como se via
Trovas e rimas que se fundiam em fantasia
Causando em mim um misto de tristeza e alegria
Esse era eu, nos becos das poesias
William Adriano
Trovas e rimas que se fundiam em fantasia
Causando em mim um misto de tristeza e alegria
Esse era eu, nos becos das poesias
William Adriano
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Pelos becos das poesias
Todavia, toda via era bonita como se via
Todo beco, um sussurro, um grito de euforia
Eram pontos, vírgulas e reticências em demasia
Esse era eu, nos becos das poesias
William Adriano
Todo beco, um sussurro, um grito de euforia
Eram pontos, vírgulas e reticências em demasia
Esse era eu, nos becos das poesias
William Adriano
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Paisagem
Não há alambrados
Cercas,
Correntes e cadeados que prendam...
Nada enclausura a alma
Não é da natureza os farpados arames,
As porteiras...
Tudo é amplo
Tudo imensamente largo
Ao espírito que plaina inflamado...
Tu também conheces esse terreno alado
Ele te beija os campos do coração
Margarete Fonsant
Cercas,
Correntes e cadeados que prendam...
Nada enclausura a alma
Não é da natureza os farpados arames,
As porteiras...
Tudo é amplo
Tudo imensamente largo
Ao espírito que plaina inflamado...
Tu também conheces esse terreno alado
Ele te beija os campos do coração
Margarete Fonsant
Era um lobisomem
Luz e sentido e palavra
Palavra é!
Que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando
Quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...
Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão...
Legião
Palavra é!
Que o coração não pensa
Ontem faltou água
Anteontem faltou luz
Teve torcida gritando
Quando a luz voltou
Não falo como você fala
Mas vejo bem
O que você me diz...
Se o mundo é mesmo
Parecido com o que vejo
Prefiro acreditar
No mundo do meu jeito
E você estava
Esperando voar
Mas como chegar
Até as nuvens
Com os pés no chão...
Legião
domingo, 23 de janeiro de 2011
Aqui onde se espera
Aqui onde se espera
- Sossego, só sossego -
Isso que outrora era,
Aqui onde, dormindo,
-Sossego, só sossego-
Se sente a noite vindo,
E nada importaria
-Sossego, só sossego-
Que fosse antes o dia,
qui, aqui estarei
-Sossego, só sossego -
Como no exílio um rei,
Gozando da ventura
- Sossego, só sossego -
De não ter a amargura
De reinar, mas guardando
- Sossego, só sossego -
O nome venerando...
Que mais quer quem descansa
- Sossego, só sossego -
Da dor e da esperança,
Que ter a negação
- Sossego, só sossego -
De todo o coração ?
Fernando Pessoa
- Sossego, só sossego -
Isso que outrora era,
Aqui onde, dormindo,
-Sossego, só sossego-
Se sente a noite vindo,
E nada importaria
-Sossego, só sossego-
Que fosse antes o dia,
qui, aqui estarei
-Sossego, só sossego -
Como no exílio um rei,
Gozando da ventura
- Sossego, só sossego -
De não ter a amargura
De reinar, mas guardando
- Sossego, só sossego -
O nome venerando...
Que mais quer quem descansa
- Sossego, só sossego -
Da dor e da esperança,
Que ter a negação
- Sossego, só sossego -
De todo o coração ?
Fernando Pessoa
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Reflexos
Vejo na tua poesia os reflexos
espalhados, contidos, nos teus versosos teus medos e também teus complexos
tuas viagens em mil universos
Percebo teus joelhos, genoflexos,
teus pensamentos voando dispersos,
o côncavo com falta do convexo,
volta ao passado, pensamento reverso.
Percebo, nas linhas, tuas imagens.
arco-íris, flautas, também o vento.
A primavera em plena estiagem
As lutas vorazes dos sentimentos,
reflexos d’umas antigas paisagens,
buscando encontrar, de novo, alento.
Jorge Linhaça
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Quando
Quando eu quis me aproximar
Você fingiu que não me viaQuando eu fui me declarar
Você fugiu para outra esquina
E quando eu quis parar você
E quando eu fui te convencer...
Quando a minha mão firmou
Você sorriu... eu trepidava
Quando o furacão passou
A tua boca é que ventava
Se eu parasse o tempo ali
E eu não tivesse mais que ir
Você me acompanhava
E me daria a mão?
Na sua calmaria
Eu ia ser vulcão...
E quando o sol se for
E o frio me tocar
É com você que eu vou estar
Myllena
Casa da Montanha
Eu fiz bem lá no alto da montanha
Mais alta, mais distante das cidades
A casa-esconderijo das saudades.
Pensei: nenhum problema mais me alcança.
Zaragoza, Es.
Mais alta, mais distante das cidades
A casa-esconderijo das saudades.
Pensei: nenhum problema mais me alcança.
Zaragoza, Es.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Penduradas
...
Os riachos
correm com seus pés invisíveis e líquidos
para o abrigo das furnas. No terreiro,
as roupas penduradas nos varais
dançam, funambulescas, com as pedradas,
numa fila macabra de enforcados!
Menotti del Picchia
Os riachos
correm com seus pés invisíveis e líquidos
para o abrigo das furnas. No terreiro,
as roupas penduradas nos varais
dançam, funambulescas, com as pedradas,
numa fila macabra de enforcados!
Menotti del Picchia
Elas vão e vêm...
...
Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo
...
Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo
...
sábado, 15 de janeiro de 2011
Os barcos nunca morrem
...
Quem sabe, se por cada onda deixada, na
praia, uma recordação, se agiganta, e, cavalos,
de espuma, lembram de quando, os barcos,
outrora fortes, singravam águas, ao sabor do
vento e das marés, sempre pela voz do capitão
e de seus intrépidos e fieis, marinheiros.
...
Jorge Humberto
Quem sabe, se por cada onda deixada, na
praia, uma recordação, se agiganta, e, cavalos,
de espuma, lembram de quando, os barcos,
outrora fortes, singravam águas, ao sabor do
vento e das marés, sempre pela voz do capitão
e de seus intrépidos e fieis, marinheiros.
...
Jorge Humberto
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Espelho
Os seus olhos são
Espelhos d'água
Brilhando você
Prá qualquer um
Por, por onde
Esse amor andava
Que não quis você
De jeito algum...
Beto Guedes
Espelhos d'água
Brilhando você
Prá qualquer um
Por, por onde
Esse amor andava
Que não quis você
De jeito algum...
Beto Guedes
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Sozinha...
Solidão é lava
Que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo...
Solidão, palavra
Cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão...
Viu!
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão..
Marisa Monte
Que cobre tudo
Amargura em minha boca
Sorri seus dentes de chumbo...
Solidão, palavra
Cavada no coração
Resignado e mudo
No compasso da desilusão...
Viu!
Desilusão, desilusão
Danço eu, dança você
Na dança da solidão..
Marisa Monte
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Pescaria
Cesto de peixes no chão.
Cheio de peixes, o mar.
Cheiro de peixe pelo ar.
E peixes no chão.
Chora a espuma pela areia,
na maré cheia.
As mãos do mar vê e vão,
as mão do mar pela areia
onde os peixes estão.
As mãos do mar vêm e vão,
em vão.
Não chegarão
aos peixes do chão.
Por isso chora, na areia
a espuma da maré cheia.
Cecilia Meireles
Cheio de peixes, o mar.
Cheiro de peixe pelo ar.
E peixes no chão.
Chora a espuma pela areia,
na maré cheia.
As mãos do mar vê e vão,
as mão do mar pela areia
onde os peixes estão.
As mãos do mar vêm e vão,
em vão.
Não chegarão
aos peixes do chão.
Por isso chora, na areia
a espuma da maré cheia.
Cecilia Meireles
Varal
Um grande arame de roupas
Um belo varal colorido
Tal como gente - tão loucas!
Balançando num fio comprido
A minha camisa amarela
Presa num fio sem fim
É como um amor sem entrega
É mesmo metade de mim
( a saia de mamãe provocante
roçando a calça de papai
é uma brincadeira picante
que um vento morno faz... )
Pirata
Tava ali, no meio do nada... num deserto quente, sem qualquer calor humano. A parede que sobrara parecia um pirata chorando de ponta cabeça. Como não existem piratas no deserto, deveria ser apenas a parede de uma casa que um dia teve frio e calor na medida certa. Ou não. Pode ser nada. Cravado lá. Só pra que alguém tentasse entender o que não é pra se entender.
Zaragoza, Es. Nov/2010
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Segunda-feira
Pra ninguém se esquecer de que as segundas-feiras existem. E creia: a melhor das segundas-feiras consegue ser pior do que a pior das sextas-feiras. Boa semana!
Céu... tão grande!
Céu, tão grande é o céu e bandos de nuvens que passam ligeiras...
Pra onde elas vão, ah! eu não sei, não sei...
domingo, 9 de janeiro de 2011
sábado, 8 de janeiro de 2011
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Pra tirar o fôlego!
"Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir."...
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Bom dia, 2011!
Que o seu dia hoje (e sempre!) seja como aquela simplicidade que existe e que todo mundo gosta, que nos faz feliz, mas não notamos e nem pensamos a menos que ela – a simplicidade – esteja lá.
Então, que o seu dia seja como o cheiro de café coado na hora, esparramando pela casa e chegando até sua cama. Que seja como cama quente, no friozinho; como sorrisos de crianças... não, não, como gargalhadas de crianças... Que seu dia seja como banho de chuva no calor, travesseiro novo, tênis surrado, vinho tinto e luz de velas... Que o seu dia seja como ter toalhas brancas macias e limpas depois de um banho quente, chocolate, pão feito na hora com manteiga de leite. Que o seu dia hoje seja como o cheiro de flor de jabuticabeira abrindo depois da primeira chuva de primavera. Seja como sandálias largas depois de uma longa caminhada, pijama novo, coca-cola gelada com limão numa tarde quente, dinheiro esquecido no bolso da calça, a sua canção tocada pela amnhã... ou a qualquer hora do dia. Que o seu dia seja como beijo de criança, beijo de mãe, de pai – mesmo que você não o queira! –, de amigos... beijos... muitos deles. Seja como arrumar malas! Que o seu dia hoje seja como comprar o que você queria depois de muito tempo. Que tenha cheiro de carro novo, cheiro de terra molhada, cheiro de capim... Que o seu dia, que também tem noite, seja tão bom quanto contar estrelas em noite quente, deitado na grama com alguém que se gosta. Quero que o seu dia seja como rir até doer a barriga, chorar de alegria, se emocionar com uma música, chorar de saudade e matá-la depois. Seja como pastel de feira, como acordar para trabalhar e descobrir que ainda falta 1 hora. Quero que o seu dia seja como ter lençóis brancos, desenho animado em dia de chuva, pipoca, jabuticaba depois de 30 dias da florada, ficar de pilequinho e rir de besteiras... Então, um “bom dia” especial pra você!
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