Nada tem a ver as boas maneiras de etiqueta com a
educação de berço que recebemos desde quando a vida começa. Saber segurar os
talheres corretamente ou aerar um vinho, conforme a temperatura, e ver as
lágrimas escorrer pelas bordas de um legítimo Baccarat são valores de sofisticação desconhecidos para muitos.
Educação, mesmo, é lançar mãos de atitudes quotidianas em favor da civilidade,
da pacificação, de uma harmonia coletiva e da generosidade. Pensar no bem-estar
do ser humano também é educado!
Oferecer o lugar na fila do caixa do supermercado a
alguém que vai pagar apenas um litro de leite é gentileza. Já ajudou alguém a
atravessar a rua? Isso também é gentileza. E no trânsito, onde pode ser feito
um dos maiores exercícios de gentileza? E paciência, que também faz parte. Sorrir
para alguém na rua é gentileza. Conversar com o garçom, olhando-o nos olhos,
também. Responder ao ‘bom dia’ da mocinha que distribui panfletos no sinal é
gentileza. Ser gentil é tratar o ser humano da mesma forma como gostaríamos de
ser tratados, por um mundo melhor!
Hoje, uma daquelas sextas-feiras que deveriam ter,
pelo menos, 48 horas, parei num dos shoppings para um almoço rápido. Depois de
pegar o prato, procurei quase que o andar inteiro da área de alimentação por
uma mesa vazia. Enfim, duas senhoras e uma moça se levantaram das cadeiras e
desocuparam uma. Cheguei a tempo de ouvir uma delas dizer: “Deixa isso aí” – se
referindo às três bandejas, pratos, talheres, copos e latas de refrigerante – “se
não a moça que faz o serviço pode ser demitida por falta de ter o que fazer”. Além de falar bobagem, ensina coisa errada. Gente
assim deve achar que precisa morrer para garantir o emprego do coveiro.
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