sexta-feira, 10 de maio de 2013

A gentileza e o emprego do coveiro


Nada tem a ver as boas maneiras de etiqueta com a educação de berço que recebemos desde quando a vida começa. Saber segurar os talheres corretamente ou aerar um vinho, conforme a temperatura, e ver as lágrimas escorrer pelas bordas de um legítimo Baccarat são valores de sofisticação desconhecidos para muitos. Educação, mesmo, é lançar mãos de atitudes quotidianas em favor da civilidade, da pacificação, de uma harmonia coletiva e da generosidade. Pensar no bem-estar do ser humano também é educado!

Oferecer o lugar na fila do caixa do supermercado a alguém que vai pagar apenas um litro de leite é gentileza. Já ajudou alguém a atravessar a rua? Isso também é gentileza. E no trânsito, onde pode ser feito um dos maiores exercícios de gentileza? E paciência, que também faz parte. Sorrir para alguém na rua é gentileza. Conversar com o garçom, olhando-o nos olhos, também. Responder ao ‘bom dia’ da mocinha que distribui panfletos no sinal é gentileza. Ser gentil é tratar o ser humano da mesma forma como gostaríamos de ser tratados, por um mundo melhor!

Hoje, uma daquelas sextas-feiras que deveriam ter, pelo menos, 48 horas, parei num dos shoppings para um almoço rápido. Depois de pegar o prato, procurei quase que o andar inteiro da área de alimentação por uma mesa vazia. Enfim, duas senhoras e uma moça se levantaram das cadeiras e desocuparam uma. Cheguei a tempo de ouvir uma delas dizer: “Deixa isso aí” – se referindo às três bandejas, pratos, talheres, copos e latas de refrigerante – “se não a moça que faz o serviço pode ser demitida por falta de ter o que fazer”.  Além de falar bobagem, ensina coisa errada. Gente assim deve achar que precisa morrer para garantir o emprego do coveiro.

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