Os leites de vegetais, assim chamados por se assemelharem ao leite animal, estão cada vez mais comuns nas prateleiras de supermercados e lojas de produtos naturais. Além dos leites de soja, arroz, aveia e amêndoa, agora chega a vez do leite de Cannabis. Sim, Cannabis!
O “leite”, que começou a ser comercializado nos Estados Unidos e Canadá em 2007, só começa a cair no gosto dos consumidores mais recentemente. Esses são adeptos de uma dieta saudável e buscam alternativas aos lácteos, como é o caso de intolerantes à lactose, alérgicos ao leite, vegetarianos e veganos.
Leite alucinógeno?
Cannabis é o gênero botânico de algumas plantas, entre as quais a mais conhecida é a Cannabis Sativa, da qual se produz o haxixe e a maconha. A Cannabis utilizada na produção dos leites é mais conhecida como cânhamo (em inglês chama-se Hemp). Apesar desta variedade conter níveis quase nulos de THC (tetrahidrocanabinol), o principal composto químico psicoativo presente na maconha, seu plantio foi proibido em muitos países nas décadas de 60 e 70 devido à disseminação da droga. Depois de estudos comprovarem que o cânhamo é seguro para consumo, ele voltou a ser cultivado em diversos países da Europa e Ásia para fins comerciais. Atualmente o seu maior produtor é a China, seguido da França.
Cultivo proibido no Brasil
Aqui no Brasil, assim como nos EUA, o cânhamo é enquadrado como uma planta com propriedades alucinógenas e seu cultivo é proibido. De acordo com a Brasil NORML, “a economia do país perde uma renda astronômica pois, não apenas mais resistente que qualquer outra cultura, o cânhamo pode se desdobrar em mais de 25 mil produtos diferentes, os quais poderiam substituir outros que já estão no mercado poluindo o meio ambiente. Além de ecologicamente correta (ela não necessita de pesticidas em seu cultivo), a fibra do cânhamo é especialmente barata e de fácil extração.”
A semente que vai mudar o mundo
Não é à toa que os produtores de cânhamo consideram-na a “planta do futuro” ou, como também chamam, “a semente que vai mudar o mundo”. Além de suas mil e uma utilidades, os benefícios dessa planta são excepcionais para a saúde em todos os sentidos.
A semente, da qual são feitos os alimentos à base de cânhamo, é rica em ômega 3 e 6 e apresenta um excelente equilíbrio na proporção desses ácidos graxos. Além disso, ela possui 10 aminoácidos essenciais, é rica em potássio, magnésio, ferro e contém antioxidantes, como a vitamina E.
Para intolerantes e alérgicos ao leite, os produtos à base de sementes de cânhamo são uma excelente alternativa aos alimentos lácteos. Os fabricantes alegam que, ao contrário da proteína de soja, a proteína de cânhamo não contém um alto teor de fitatos (que podem interferir com uma assimilação adequada de minerais), ou oligossacarídeos (que com frequência causam excesso de gases e problemas estomacais). Sem falar no fato que a soja é também um alimento alergênico, e não são raros casos de pessoas com alergia ao leite, que também possuem alergia à soja.
Produtos
Duas empresas se destacam no mercado norte-americano no desenvolvimento de produtos à base da semente do bem. A Manitoba Harvest (http://manitobaharvest.com) produz a bebida à base de cânhamo em diversos sabores, óleo, manteiga e proteína em pó. Já a Living Harvest ( http://www.livingharvest.com) produz, além desses, sorvetes e picolés em diversos sabores. Os leites são enriquecidos com cálcio, vitamina D, e vitamina B12, nutrientes importantes para quem segue uma dieta vegana.
Apesar de todos os benefícios, o produto ainda causa certa desconfiança por parte do consumidor. Mesmo assim, segundo gerentes de lojas de produtos naturais nos Estados Unidos, aos poucos as pessoas estão entendendo que esta semente nada tem a ver com a maconha e estão se encantando com o produto e suas propriedades.
Os super produtos ainda não aportaram nas prateleiras brasileiras. Enquanto isso não acontece, fica a dica para quem vai viajar ao exterior: que tal um capuccino ou um sorvetinho com leite de Cannabis?
Para saber mais:
Wikipedia – Cânhamo: http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2nhamo
sábado, 16 de abril de 2011
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