O tempo passa? Passa.
Mas há vincos difíceis
No caminho.
Há manchas na pele
Que roubam a beleza.
De que adianta estar
Esticadinho,
Com os colarinhos aprumados,
Se há uma enorme mancha
A te olhar, a te lembrar
Daquele fatídico dia
Em que o melhor gole
Errou a boca e foi
Parar ali.
Passa. Passa. Tudo passa.
O tempo passa panos pintados,
Listrados, esfumaçados, lisos.
O tempo passa, mas há sempre
Aquelas dores amarrotadinhas,
Chatinhas de passar.
Puxa daqui, estica dali.
Dá pra ir! Dá pra sair!
Ninguém vai reparar.
Deixe disso, que bobagem!
Ninguém vai reparar
Nesse furo. Está bem escondidinho.
Só você que está vendo.
Então acha que todos vão ver.
Vão não.
O tempo passa e borrifa gotículas
De esperança, às vezes,
Para passar melhor.
De vez em quando, somos pegos
Pelo avesso e, quando voltamos
Ao começo, percebemos que não
Está bem . . . passado.
Passa-se um lado. Amarrota-se
O outro.
Ah! Tá difícil. Vá assim mesmo!
sábado, 22 de outubro de 2011
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