domingo, 6 de novembro de 2011

Guardião


Pé ante pé. Olhar atento. Ouvidos afinados. Até o paladar poderia definir o que estava por vir! Feito cobra, colocava a língua pra fora e constatava qualquer mudança de temperatura. Pelo tato sentia vibrar os passos de alguém que poderia chegar, sorrateiramente, de qualquer lado, para uma surpresa desagradável. Por instantes, mantinha o olhar fixo, concentrava-se na direção do vento e aguçava os ouvidos. Poderia ouvir mais que um tuberculoso. E ali ele ficava... noites a fio, noites de frio... só se esvaia depois que as ameaças passassem. E na noite seguinte, lá estava ele: pé ante pá. Olhar atento. Paladar ácido. Ouvidos afinados e as mãos firmes para sentir o tremelecer de qualquer passo!

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