segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Faltou uma TV

Hoje pela manhã, quando saia para o trabalho, minha diarista chegava em casa. Cumprimentei-a quando ela já estava encostada na pia da cozinha, lavando os poucos copos que eu havia sujado no fim de semana. Nada demais. Ela ameaçou dizer alguma coisa, mas se retraiu. Respeitei! Não queria constrangê-la. E só quem a conhece sabe o quanto ela é reservada e vergonhosa.

Voltei ao quarto, peguei minha mochila e passei pela cozinha para tomar um copo de suco e avisei a ela que havia comida na geladeira, pão no cesto de palha, coberto por um guardanapo branco, e leite no armário debaixo da pia. Foi aí que ela me olhos nos olhos e disse:

- Tenho que te falar uma coisa...

- O que foi? Perguntei.

- Eu vou ficar com você, trabalhando, só até dia 8 de dezembro.

Meu mundo quase caiu! Logo ela, a quem eu entrego minha casa com tanta segurança e esperança de que amanhã toda a bagunça estará arrumadinha... logo ela, que é uma santa dentro de casa, silenciosa... Tá certo que ela quebra alguns de meus copos, mas isso a gente releva!

- O que houve? Perguntei, achando que eu teria feito algo que a desagradasse.

- É que eu vou ganhar nenêm, no início do mês que vem!

Pronto. Aí meu mundo caiu mesmo! De uma vez por todas. Um filme passou na minha cabeça. Comecei a entender as inúmeras visitas ao banheiro. A fome que vinha aumentando gradativamente. E a lentidão era mais visível. Nunca reclamei disso, mas nos últimos tempos estava bem mais acentuada. Ela nunca teve um corpinho de sereia e eu vinha notando que ela estava mais rechonchuda. Mas daí a estar grávida... Foi um susto, confesso. Leivei o assunto como se eu soubesse da situação desde o dia da concepção. Mesmo assim, perguntei:

- Mas você volta depois dos quatro meses, né?

E ela:

- Eu quero! Mas você vai precisar de alguém.

De repente, uma estrada sem fim apareceu na minha frente. Ninguém ao lado! Nenhuma esperança. O que eu vou fazer agora? E ela? Bem, se esperança existe, essa foi a única coisa em que eu me agarrei até conseguir uma outra pessoa que possa cuidar da minha casa – não que seja da melhor maneira possível, impecável! – mas que tenha o carinho com a minha bagunça e a paciência com meus relógios e óculos espalhados por todo o apê. Agora é esperar! Tomara que esses quatro meses passem logo!

Quando ela voltar, vou presenteá-la com uma TV nova. Quem sabe assim a diversão será mais barata! Enquanto isso: alguém sabe de uma boa diarista que possa me atender por, pelo menos, quatro meses?

2 comentários:

Jacq disse...

gostei de ideia da tv...sai mais barato q 4 meses alone...
bju

Alinne Teles disse...

rsss!!!