Acordei ainda cedo para fechar a janela e senti um friozinho diferente e saudoso. Ao olhar pela janela tive uma visão que me remeteu há alguns anos, quando eu estava em Paris, numa primavera ainda fria. A neblina baixa escondia os topos dos prédios e não se via mais de 100 metros à frente, no horizonte. A temperatura era de 16 graus, com sensação térmica de 14. Pronto! Parecia que tinha dormido em Goiânia e acordado em Paris. Senti até o cheiro de lavanda que entrava pela janela do hotel, na Rue Lafayette, próximo à Gare L’est. Na esquina oposta à uma floricultura movimentadíssima, havia um café, pequeno, mas muito requintado.
A lembrança me fez deitar de novo, fechar os olhos e tentar me transportar em sonho para aquele lugar. O cheiro de café também foi tomando conta do ambiente. Cheguei a pensar que alguém estivesse em casa, fazendo um café fresquinho pela manhã. De novo, viajei no tempo e voltei à minha infância. Tive saudades dos dias frio, no interior. Ao acordar, com o edredon firmemente enroscado até o pescoço, a janela aberta deixava entrar o ventinho e um cheiro misturado de flor de jabuticabeira com café. Desta vez, a diferença é que a flor era lavanda e o lugar era Paris.
Deixei as lembranças de lado e tratei de aproveitar o tempinho agradável, o que minha amiga Lucivânia (Cássia) e eu semrpe chamamos de “climinha civilizado”. Com essa temperatura, ficamos mais calmos, mais introspectivos, mas chiques, as roupas são mais bonitas e andar pelas ruas – mesmo que sejam as ruas de Goiânia – acaba se tronando charmoso. Enchi minha caneca de café quente, coloquei o chocolate amargo (85% de cacau) num pirex pequeno. Em outro, a laranja cuidadosamente descascada e picada em generosos cubos. Puxei a poltrona de veludo azul até a sacada, me envolvi em um roupão atoalhado e me sentei de frente para um céu cinza, ouvindo Nabucco. Novamente, as memórias bateram forte e, mais uma vez, me lembrei da Misinha (a Lucivânia, que agora é Cássia e mãe do Fernando – aliás, um furacão!). Ela havia me contado sobre a escritora francesa Françoise Sagan. A moça deveria ser requintada até a décima geração. No livro Bonjour Tristesse, Françoise descrevia um café, acompanhado de chocolate e laranja: fino, simples e original!
E já que não posso, neste exato momento, estar em Paris, pelo menos as lembranças podem me levar. A imaginação fértil e a criatividade, invejando Françoise Sagan, fizeram sua vez. Veremos até que horas – e quantas vezes – poderei repetir o ato simples, solitário e de extremo bom gosto. Basta termos, mais uma vez, umcliminha civilizado como esse.
A lembrança me fez deitar de novo, fechar os olhos e tentar me transportar em sonho para aquele lugar. O cheiro de café também foi tomando conta do ambiente. Cheguei a pensar que alguém estivesse em casa, fazendo um café fresquinho pela manhã. De novo, viajei no tempo e voltei à minha infância. Tive saudades dos dias frio, no interior. Ao acordar, com o edredon firmemente enroscado até o pescoço, a janela aberta deixava entrar o ventinho e um cheiro misturado de flor de jabuticabeira com café. Desta vez, a diferença é que a flor era lavanda e o lugar era Paris.
Deixei as lembranças de lado e tratei de aproveitar o tempinho agradável, o que minha amiga Lucivânia (Cássia) e eu semrpe chamamos de “climinha civilizado”. Com essa temperatura, ficamos mais calmos, mais introspectivos, mas chiques, as roupas são mais bonitas e andar pelas ruas – mesmo que sejam as ruas de Goiânia – acaba se tronando charmoso. Enchi minha caneca de café quente, coloquei o chocolate amargo (85% de cacau) num pirex pequeno. Em outro, a laranja cuidadosamente descascada e picada em generosos cubos. Puxei a poltrona de veludo azul até a sacada, me envolvi em um roupão atoalhado e me sentei de frente para um céu cinza, ouvindo Nabucco. Novamente, as memórias bateram forte e, mais uma vez, me lembrei da Misinha (a Lucivânia, que agora é Cássia e mãe do Fernando – aliás, um furacão!). Ela havia me contado sobre a escritora francesa Françoise Sagan. A moça deveria ser requintada até a décima geração. No livro Bonjour Tristesse, Françoise descrevia um café, acompanhado de chocolate e laranja: fino, simples e original!
E já que não posso, neste exato momento, estar em Paris, pelo menos as lembranças podem me levar. A imaginação fértil e a criatividade, invejando Françoise Sagan, fizeram sua vez. Veremos até que horas – e quantas vezes – poderei repetir o ato simples, solitário e de extremo bom gosto. Basta termos, mais uma vez, umcliminha civilizado como esse.
3 comentários:
Acabo de acordar e ler isso me deu vontade de um café decente! Em Paris!!!!
Cooooooooorrrrrrrrrgo!
rrsr ai como vc eh fino, Rimene!
Eu dia desses vi um chocolate 85% de cacau e só comprei pq o preço tava bom. Nunca tinha comido um tão concentrado. Não gostei. Só desceu derretido com leite condensado e creme de leite :P
eh, uns são finos...
Ah sim, que doce sessão nostalgia. Eu presenciei esse climinha civilizado, mas na fazenda, ou melhor à la campagne, para ser mais chique.rs E essa Françoise Sagan em lata? Existe?
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