sábado, 2 de março de 2013

Reféns da ganância alheia




O desabamento de parte do teto Goiânia Shopping mostrou o que a ganância e o despreparo de empresários podem colocar em risco muitas vidas. Centenas delas! Quando o corre-corre começou, depois que a primeira parte do teto caiu, eu estava a caminho da área de alimentação. Iria almoçar, mas por conta de um amigo, Pedro Pio, que me chamou para um papo no café, não subi antes para o terceiro piso, onde tudo aconteceu.

Quando tomamos consciência do desabamento começamos a nos movimentar. Um princípio de pânico já havia se formado. O instinto de sobrevivência manda você sair. Vem a primeira barreira: filas gigantescas nos guichês para pagar o estacionamento! Chamei um segurança que atuava com um rádio amador e pedi a ele que fizessem com que o estacionamento fosse liberado, já que as cancelas estavam ainda fechadas. “Sou segurança do shopping e a empresa (Centro Oeste Parking Ltda.) que cuida do estacionamento é terceirizada!”. Pedi ao segurança que ligasse para alguém da empresa para que o fizesse. Corri até um dos guichês e disse para a moça que fazia as cobranças, somente em dinheiro, diga-se!, para que ela entrasse em contato com o gerente dela para liberar a saída. Ela me olhos nos olhos e disse que já havia ligado e que a ordem que ela tinha recebido era para continuar cobrando pelo estacionamento.

Fiquei chocado com a situação. Voltei ao segurança e fui mais incisivo com ele. Outros seguranças apareceram. Novamente, início de tumulto num dos guichês. Pessoas apavoradas choravam, crianças aos prantos com as mães. Ninguém sabia o que estavam acontecendo e não podiam sair porque a empresa NÃO LIBERAVA O ESTACIONAMENTO! Um absurdo!

Deixei de lado as discussões e procurei salvar minha pele. Corri para o estacionamento, que estava entupido de veículos tentando sair, mas ainda parados, já que a cancela estava fechada do lado de fora, onde uma chuva torrencial desabava e inundava toda a parte do subsolo do shopping. Com paciência e muito jeitinho, consegui sair de lá. Ainda estava na área do shopping, mas do lado de fora. Foi quando alguém gritou que estavam conseguindo sair, quase 20 minutos depois, pela lateral do estacionamento. Mas a cancela ainda não tinha sido liberada. Até então, havia gente chorando na fila dos guichês para pagar o estacionamento e conseguir sair.

Depois que saí, fiquei sabendo que alguns gerentes de loja, que não estavam no shopping, mas que ficaram sabendo do fado, ordenaram para que as lojas não fossem fechadas, já que o problema havia acontecido “apenas” no terceiro piso, na área de alimentação.

Fico imaginando onde estavam e o que estariam fazendo os proprietários, diretores e gerentes da empresa Centro Oeste Parking Ltda., e quem quer que sejam as pessoas que dão as ordens aos funcionários para não deixar ninguém sair sem pagar o estacionamento. Será que o exemplo desse mesmo tipo de ganância, acontecido há pouco mais de um mês na boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando duzentas e tantas pessoas morreram (e outras ainda correm risco) não foi suficiente? Pelo visto não! Ainda bem, que nada de mais grave aconteceu e não houve vítimas, mas que valha como alerta para que a população não se torne refém da ganância de grandes empresários que só almejam o lucro, mesmo que isto custe vidas! 

Um comentário:

Anônimo disse...

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