domingo, 11 de agosto de 2013

Dia de macarrão – e dos Pais



Macarrão! O prato mais adorado pelo meu pai fosse segunda-feira, fosse domingo, feriado ou Natal. E, claro, domingo sempre foi dia de macarrão. Se perguntassem a ele qual era o prato preferido, a resposta vinha na sequência, antes mesmo que o interlocutor terminasse a pergunta: “Macarrão”, respondia ele quase salivando.
Macarrão para o meu pai era uma espécie de curinga da culinária. Chegou gente sem avisar? Faz macarrão. Tem churrasco, mas nem todos comem? Faz macarrão! Vamos passar o dia na casa de alguém da família? Vamos fazer macarrão. Nasceu alguém? Vamos comemorar. Faz macarrão. Morreu? Que tristeza. Vamos nos contentar. Faz macarrão. E assim era. Macarrão para qualquer finalidade.
Papai preparava também um músculo recheado, com mise en place iniciado três dias antes. Levava uma horta de ervas e tal. Aquilo marinava por uns três dias e, no domingo – ou no sábado à tarde – ia para a panela. Preciso dizer qual era o acompanhamento mais certeiro do prato? “Macarronada... daquelas tradicionais”, como ele adorava dizer. Tinha que ter muito queijo.
Hoje, domingo, Dia dos Pais é também dia de macarrão. Se meu pai estivesse aqui, estaria zanzando pela cozinha e sugestionando: “Acho que um macarrão combina, não é?”. E tudo, absolutamente tudo, para ele combinava com macarrão. Assim como tem gente que gosta de macarrão à bolonhesa, ao sugo, ao pesto, carbonara... papai também tinha a sua preferência: “Cozido”, sentenciava.

A você, meu querido, um enorme prato de macarrão, com guardanapo pendurado na gola da camisa para comer sem culpa. Feliz Dia dos Pais, onde quer que esteja. Obrigado por me guiar sempre pelo caminho certo. Beijo grande, Delcides!

3 comentários:

Anônimo disse...

Sabia que no dia do aniversário dele eu fiz uma macarronada à la Delcides?
Manteiga de lata, cebola, muita cebola douradinha, extrato de tomate elefante e encontrei aqui perto um mercadinho que vendia aquele queijo meia cura ralado!Claro que sem todos os acompanhamentos...mas aquela mesa deliciosa a gente só encontra em Nova Veneza. Você falou do músculo e minha boca encheu d'água! Aviso aos navegantes que não o conheceram, é bom lembrar os acompanhamentos da macarronada daquela mesa enorme num almoço de domingo: frango caipira, guariroba, uma carne assada, o famoso músculo, arroz, feijão e uma saladinha verde com aqueles tomates enormes, só pra não doer na consciência. Tudo isso temperado com muito carinho pelo seu pai e pelo tempero 'arretado' da baianinha da casa.
Não só o almoço era um espetáculo, mas quando a gente chegava já tinha biscoito de queijo assado ou aquele bauru recheado de mortadela, queijo e molho de pimenta!!!!! Um cafezinho gostoso e logo ele 'abria o bar'. Enquanto o bar funcionava e o almoço ficava pronto sempre tinha uns petiscos vindos da cozinha: um pedaço da carne que já estava pronta e aquela farofa da Tia Ilaídes que só ela comia sem deixar cair um grãozinho no chão.
Depois tinha pudim de leite ou queijo...tinha também sorvete de abacaxi que a tia Ilaídes devorava tudo!
Se a saudade fica, as lembranças se encarregam de nos consolar...porque só tivemos boas lembranças em companhia do meu tio.
Não me sai da memória o abraço de urso que eu ganhava dele sempre que chegava e aquele jeito tão bondoso de abrir a casa e botar sempre mais um pouco de água no feijão.
É muito bom ouvir suas histórias aqui...isso mantém ele por mais tempo perto de nós.
Um beijo,
Cynthia

Rimene Amaral disse...

O importante é sentir, Cynthia!

Sara disse...

Eu gostaria de poder entrar na tela para comer essas coisas, também acho que muita gordura, mas deve tratar-se bem, talvez não é ruim, eu acho que eu vou esta semana a figueira rubaiyat">a figueira rubaiyat