Segunda-feira de carnaval, 3 horas da tarde, sol a pino. De longe ouço uma música que meus ouvidos não conseguem definir. Aos poucos, foguetes começam a estourar e o som parece aproximar-se. Ainda estava deitado em minha cama. Acordei tarde e não havia, sequer, posto os pés pra fora da soleira da porta de entrada. Aos poucos começo a entender: “Vai, com jeito vai, senão um dia a casa cai...”. E depois seguia: “Se você pensa que cachaça é água, cachação não é água não...”. Alguém teria construído uma máquina do tempo. O carnaval das marchinhas estava de volta.
Saltei da cama e corri para a janela. A cena foi rápida, mas o suficiente para entender que a alegria do povo pode ser resumida em apenas alguns momentos de diversão. Serpentina e confete eram como ouro em pó para pouco mais de 50 pessoas que passavam pela avenida, à frente de um carro de som enfeitado com balões coloridos. Famílias inteiras, crianças fantasiadas de bailarinas, piratas e odaliscas... todos com um leque de papelão em mãos, para afastar o calor, que derretia a maquiagem feita com baton barato. E o som crescia: “Alá-lá-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô... mas que calor, -ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô... atravessamos o Deserto do Saara, o sol estava quente e queimou a nossa cara...”. Pelo auto-falante, o motorista do carro de som cumprimentava a todos que saiam nas sacadas dos prédios para ver o pequeno espetáculo.
Era uma singela homenagem de um pequeno bloco, de algum bairro próximo da minha casa, à folia de Momo, a tradicional folia de Momo, sem samba-enredo de qualquer escola de samba carnaval carioca do ano passado ou qualquer última dança de axé, inventada na última temporada baiana. Mas era um carnaval despretencioso, alegre, saudável (apesar do sol!) e cheio de alegria. Me fez lembrar dos meus tempos de criança. Fechei os olhos e voltei ao Ranchão Decolores, em Nova Veneza, vestindo uma fantasia de pirata, com um tapa-olho. Era um calção vermelho, com elástico na perna, um colete preto com uma caveira bordada nas costas e um chapéu com as abas dobradas.
Saltei da cama e corri para a janela. A cena foi rápida, mas o suficiente para entender que a alegria do povo pode ser resumida em apenas alguns momentos de diversão. Serpentina e confete eram como ouro em pó para pouco mais de 50 pessoas que passavam pela avenida, à frente de um carro de som enfeitado com balões coloridos. Famílias inteiras, crianças fantasiadas de bailarinas, piratas e odaliscas... todos com um leque de papelão em mãos, para afastar o calor, que derretia a maquiagem feita com baton barato. E o som crescia: “Alá-lá-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô... mas que calor, -ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô... atravessamos o Deserto do Saara, o sol estava quente e queimou a nossa cara...”. Pelo auto-falante, o motorista do carro de som cumprimentava a todos que saiam nas sacadas dos prédios para ver o pequeno espetáculo.
Era uma singela homenagem de um pequeno bloco, de algum bairro próximo da minha casa, à folia de Momo, a tradicional folia de Momo, sem samba-enredo de qualquer escola de samba carnaval carioca do ano passado ou qualquer última dança de axé, inventada na última temporada baiana. Mas era um carnaval despretencioso, alegre, saudável (apesar do sol!) e cheio de alegria. Me fez lembrar dos meus tempos de criança. Fechei os olhos e voltei ao Ranchão Decolores, em Nova Veneza, vestindo uma fantasia de pirata, com um tapa-olho. Era um calção vermelho, com elástico na perna, um colete preto com uma caveira bordada nas costas e um chapéu com as abas dobradas.
Simples, alegre, sem qualquer malícia, mas com muita diversão. Este, pra mim, foi o maior sinal de que o carnaval é mais brasielreiro do que qualquer outra manifestação cultural. Por apenas alguns minutos, aquela gente podia se sentir dona daquele pedaço, daquela festa. Pão e circo? Pode ser! Mas com felicidade e dignidade, mesmo que por instantes. Pra mim foi como voltar pelo menos vinte e poucos anos e poder ouvir de dentro do salão: “Quanto riso, oh! Quanta alegria. Mais de mil palhaços no salão...”. Abri os olhos, peguei minha caneca de café e voltei-me à televisão.
Um comentário:
parabens .vim aqui parar pois estava a procura da letra da celebre musica.
estou do outro lado do atlantico portugal - cascais.
e nao veja tanta tv. (brincadeira)
um abraço
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